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Dilma diz que educação será "prioridade das prioridades" em seu governo

Ela lançou o PAC 3, prometeu realizar ajustes na economia e proteger a Petrobras de predadores

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Em seu discurso de posse no Plenário da Câmara, a presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou que o lema do seu segundo mandato será “Brasil, pátria educadora”.

Segundo Dilma, isso significa que a educação será a prioridade das prioridades de seu governo. “Só a educação liberta o povo e lhe abre as portas de um futuro próximo”, ressaltou.

A presidente disse que terá o compromisso de democratizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis, da creche ao ensino superior. Ela ressaltou que a educação começará a receber volumes maiores de recursos, oriundos dos royalties e do fundo social do pré-sal.

>> Leia na íntegra o discurso de Dilma durante cerimônia de posse no Congresso

>> Dilma: "Nenhum direito a menos, nenhum passo atrás"

>> Dilma Rousseff toma posse do segundo mandato na Presidência

Entre as metas apresentadas por Dilma, está a universalização, até 2016, do acesso de todas as crianças de 4 a 5 anos à pré-escola, e o oferecimento de 12 milhões de vagas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) até o final de 2018.

Dilma anuncia PAC 3 e universalização da internet de banda larga

Dilma Rousseff também anunciou o lançamento de uma terceira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento - o PAC 3. Além disso, ela assumiu o compromisso de promover a universalização da internet em banda larga no país.

"Iniciaremos a implantação de uma nova carteira de investimento em logística, energia, infraestrutura social e urbana, combinando investimento público e parcerias público-privadas", anunciou Dilma.

A presidente destacou a necessidade de cooperar com estados e municípios para aprimorar a mobilidade urbana e de ajudar as micro e pequenas empresas, que são, para ela, fundamentais para o crescimento do país.

Dilma referiu-se à banda larga como a porta de entrada para o "Brasil do futuro" e lembrou a aprovação do Marco Civil da Internet pelo Congresso Nacional. Ela firmou a meta de garantir acesso "barato, rápido e seguro" à banda larga, bem como universal.

"Quero reafirmar o compromisso de continuar reduzindo os desequilíbrios regionais, impulsionando políticas e projetos estruturantes especialmente no Nordeste e na Amazônia", disse.

Dilma anuncia que enviará ao Congresso pacote de medidas contra a corrupção

Dilma Rousseff anunciou, em seu discurso de posse no Plenário da Câmara dos Deputados que enviará em breve ao Congresso um pacote de medidas de combate à corrupção.

Entre as ações previstas estão a punição com rigor dos agentes públicos com enriquecimento incompatível com seus ganhos; maior agilidade e eficiência nos processos judiciais envolvendo autoridades com foro privilegiado, "sem agredir o amplo direito de defesa e do contraditório"; maior rigor no combate aos crimes de caixa 2 e no confisco de bens adquiridos de forma ilícita.

Dilma também citou a Petrobras, alvo de investigações da Polícia Federal na chamada Operação Lava-Jato. Segundo a presidente reeleita, a estatal é a "empresa mais estratégica e que mais investe no País" e passará por maior controle de governança para ser preservada de "predadores internos e inimigos externos".

 Num dos trechos mais importantes do seu discurso, a presidente Dilma Rousseff disse que é preciso combater o 'cerco especulativo' contra a empresa.

"Não podemos permitir que a Petrobras seja alvo de um  cerco especulativo dos interesses contrariados com a adoção do regime de partilha e da política de conteúdo local, que asseguraram ao nosso povo, o controle sobre nossas riquezas petrolíferas", disse ela. "A Petrobras é maior do que quaisquer crises e, por isso, tem capacidade de superá-las e delas sair mais forte", enfatizou Dilma.

Dilma: é possível ter ajuste econômico sem revogar direitos

A presidente disse ainda que provará em seu segundo mandato na Presidência da República ser possível fazer ajustes na economia sem revogar direitos conquistados.Dilma prometeu promover mudanças e se disse disposta a mobilizar a população para uma nova "arrancada" do Brasil.

A presidente reeleita afirmou que a retomada do crescimento econômico do país passa pelo ajuste nas contas públicas e que esse ajuste será feito com o menor sacrifício possível para os mais pobres.

No discurso, Dilma prometeu defender a estabilidade e a credibilidade da economia. A presidente prometeu manter a política de valorização do salário mínimo e a inflação abaixo do teto da meta estipulada, que é de, no máximo, 6,5 por cento ao ano.

País tem primeira geração que não viveu tragédia da fome, diz Dilma

A presidente reeleita lembrou que voltava à Câmara “cheia de alegria, responsabilidade e esperança”. Aplaudida pelos presentes, ela destacou que, em seu primeiro mandato, o país conquistou o que considerou um feito histórico: a superação da extrema pobreza. “Temos hoje a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome”, disse, ao ressaltar que 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza nos últimos anos, sendo 22 milhões nos primeiros quatro anos de seu governo. Dilma lembrou ainda que milhões de brasileiros ascenderam à classe média, alcançaram emprego com carteira assinada e tiveram acesso à educação superior e à casa própria.

“A população quis que ficássemos porque viu o resultado do nosso trabalho, compreendeu as limitações que o tempo nos impôs e concluiu que podemos fazer muito mais”, disse. “O povo brasileiro quer mudanças. É isso que vou fazer com destemor, mas com humildade, contando com o apoio desta Casa e com a força do povo brasileiro”, completou.

Dilma Rousseff disse também em seu discurso de posse na Câmara dos Deputados que o Brasil não será sempre um país em desenvolvimento. “Seu destino é ser um país desenvolvido e justo. Uma nação em que todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades”.

A presidente relembrou sua militância contra a ditadura militar. “Sou ex-opositora de um regime de força que provocou em mim dor e deixou cicatrizes, mas que jamais destruiu em mim o sonho de viver em um país democrático”, declarou Dilma. Disse ainda não guardar qualquer tipo de  revanchismo.

“Sempre me emociono ao dizer que eu sou uma sobrevivente. Também enfrentei doenças. Pertenço a uma geração vencedora. Uma geração que viu a possibilidade da democracia no horizonte e viu ela se realizar. Essas duas características me aproximam do povo brasileiro”, discursou Dilma.

A presidente encerrou sua fala afirmando que tem o coração cheio de amor pela pátria. Ela citou um verso que, como definiu, “tem sabor de oração”: “O impossível se faz já, só os milagres ficam para depois".