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FHC: "É preciso aceitar derrotas e preservar a democracia"

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) mandou nesta sexta-feira um recado para aqueles que pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e defenderam a necessidade de uma “intervenção militar” no País, em protesto em São Paulo no último dia 1º. Sem citar diretamente o protesto, FHC lembrou o movimento das “Diretas Já” e disse que o povo brasileiro não pode esquecer a própria história.

“Hoje, passado tanto tempo, nós temos democracia, nós temos liberdade. E é dever nosso, do PSDB, dos democratas do Brasil, dos partidos coligados, dos que estão em outros partidos e têm noção da história, e do povo brasileiro, em primeiro lugar, preservar a democracia e a liberdade, respeitando as regras do jogo, respeitando a Constituição, aceitando derrotas e estando sempre disposto, derrotado ou vitorioso, a defender o Brasil”, afirmou FHC.

As declarações foram dadas durante discurso para uma plateia lotada em São Paulo, em evento no qual o candidato derrotado à Presidência Aécio Neves (PSDB) agradeceu os votos que recebeu dos paulistas.

Embora tenha criticado o protesto capitaneado por eleitores de Aécio, FHC fez duras críticas a Dilma e ao PT, disse que o PSDB saiu vitorioso apesar da derrota e que os “supostos” vencedores estão com as “caras atormentadas”.

“Nós não ganhamos, mas a emoção é como se tivéssemos ganhado. E nós vencemos, todos nós brasileiros vencemos. Vejam as fotografias dos que são supostamente vitoriosos: caras atormentadas, não sabem o que vão fazer, não sabem como construir um ministério”, disse o ex-presidente.

“A nossa responsabilidade é de, na firmeza, continuar combatendo. Mas sempre com responsabilidade institucional. Nós somos depositários da democracia, da liberdade, da Constituição”, continuou.

FHC aproveitou para comentar a nova fase da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que prendeu um ex-diretor da Petrobras nesta sexta-feira. “A oposição não é contra o Brasil, é contra os desmandos daqueles que estão governando o Brasil. Não vou falar deles, tenho vergonha, tenho vergonha de dizer o que está acontecendo na Petrobras”, concluiu o ex-presidente.