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PT, PP e PMDB recebiam verba desviada de obras da Petrobras, diz Costa

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A Justiça liberou parte do áudio do depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ao juiz Sérgio Mouro. As primeiras informações sobre as quatro horas de gravação dão conta de que Costa afirmou que 3% das verbas dos contratos eram desviados para o PT, o PP e o PMDB, e que as empreiteiras já colocavam um valor acima no orçamento justamente para suprir esta demanda. De acordo com o depoimento de Costa, as empreiteiras formavam um cartel, e escolhiam que obras iriam tocar. 

Costa detalhou os percentuais distribuídos. "Em relação à diretoria de serviços, todos sabiam que tinha um percentual desses contratos da área de abastecimento, dos 3%, 2% eram para atender ao PT. Tinha PT na diretoria de exploração e produção, PT na diretoria de gás e energia e PT na área de serviços.

Ainda segundo Costa, da verba restante, 20% eram usados em despesas como notas e transporte, e 20% iam para ele, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010.

Ainda segundo Costa, o dinheiro era recebido em espécie na sua própria casa, em shoppings ou em seu escritório, e eram entregues por Yousseff ou Janene. O ex-diretor citou ainda o tesoureiro do PT João Vaccari e Fernando Soares, ligado ao PMDB, como articuladores do esquema.

Ainda segundo o ex-diretor, quando ele chegou à direção da estatal, foi informado que aquele era o esquema adotado. Inclusive, que as indicações políticas eram praticadas há muitos anos, nos governos Fernando Collor, Itamar Franco, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Lula.

O ex-diretor afirma ainda que havia reuniões periódicas com um grupo político, quando se comentava quanto foi recebido e quem recebeu. "Na minha agenda que foi apreendida na minha residência tem uma tabela detalhada junto ao Ministério Público. E esta tabela revela vários valores de agentes políticos, de vários partidos que foram relativos à eleição de 2010.

Eleições 2010

Nas eleições de 2010, eram os seguintes os candidatos a governador e senador do PMDB, PT e PP:

PP - Governador - Neudo Campos (Roraima), Pedro Paulo (Amapá), Celso Russomano (São Paulo), Angela Amin (Santa Catarina).

PP - Senador: Ivo Cassol (Rondônia), Ciro Nogueira e Eduardo Rodrigues da Silva (Piauí), Benedito de Lira (Alagoas), Dr. Redó (São Paulo), João Batista Feitosa - Renner, Paulo Roberto Cunha (Goiás), Hugo Biehl, Beth Toscoski (Santa Catarina), Ana Amélia (Rio Grande do Sul).

PMDB - Governador: Confucio Moura (Rondônia), Juvenil (Pará), Carlos gaguim (Tocantins), Roseana Sarney (Maranhão), Zé Maranhão (Paraíba), Jarbas Vasconcellos (Pernambuco), Geddel Vieira (Bahia), Silval Barbosa (Mato Grosso), Iris Rezende (Goiás), André Puccinelli (Mato Grosso do Sul), Helio Costa (Minas Gerais), Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), José Alberto Fogaça (Rio Grande do Sul).

PMDB - Senador: Valdir Raupp (Rondônia), João Correia (Acre), Eduardo Braga (Amazonas), Romero Jucá (Roraima), Jader Barbalho e José Nazareno Sanches (Pará), Gilvam Borges (Amapá)m, Marcelo Miranda (Tocantins), Edison Lobão e João Alberto de Souza (Maranhão), Eunicio Lopes Oliveira (Ceará), Garibaldi Alves Filho (Rio Grande do Norte), Wilson Santiago e Vital de Rego Filho (Paraíba), Renan Calheiros (Alagoas), Adib Elias (Goiás), Waldemir Moka Miranda de Brito (Mato Grosso do Sul), Ricardo Ferraço (Espírito Santo), Jorge Picciani (Rio de Janeiro), Roberto requião (Paraná), Luiz Henrique da Silveira (Santa Catarina), Germano Rigotto (Rio Grande do Sul).

PT - Governador: Eduardo Valverde (Rondônia); Tião Viana (Acre), Ana Julia (Pará), Marcelo deda (Sergipe), Jaques Wagner (Bahia), Agnelo Queiroz (DF), Zeca do PT (Mato Grosso do Sul), Aloizio Mercadante (São Paulo), Ideli Salvatti (Santa Catarina), Tarso Genro (Rio Grande do Sul).

PT - Senador: Fátima Cleide (Rondônia), Jorge Viana (Acre), Marilene Correa (Amazonas), Angela Portela (Roraima), Paulo Roberto Galvão Rocha (Pará), Professor Marcos (Amapá), Paulo Mourão (Tocantins), Antonio José Medeiros e Wellington Dias  (Piauí), José Barroso Pimentel (Ceará).