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Página 12: Foco estratégico de governos do PT estaria nos países do Brics

Jornal  avalia a política externa dos governos de Dilma e Lula em relação aos países emergentes

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O editorial deste domingo (20) do jornal Página/12 de Buenos Aires afirmou que, durante os Jogos Olímpicos de 2016, as defesas aéreas russas irão proteger a cidade do Rio de Janeiro. O acordo de defesa, realizado por Brasília e Moscou uma semana antes da quinta cúpula do grupo Brics em março 2013, teria sido prorrogado por Dilma Rousseff e Vladimir Putin na última semana, quando foi incluída ainda no acordo a compra de armamentos.

De acordo com o jornal, esse tipo de acordo demonstra a aliança dos governos PT com os Brics. O jornal aponta que o fortalecimento da aliança teria sido iniciado ainda no governo Lula, mas que ela foi aprofundada pela presidente Dilma. Ainda segundo o Página/12, essa relação entre os países do bloco e o governo petista não pode ser encarada somente como uma iniciativa econômica, levando em conta apenas a criação do Banco de Desenvolvimento e Fundo de Contingência durante a sexta reunião do grupo, realizada em Fortaleza na última semana. Para o jornal argentino, a união do Brasil com as potências emergentes teria começado a amadurecer na década passada e se fortalecido após a crise mundial de 2008.

Além dos questionamentos acerca do peso dos Estados Unidos no FMI, do apoio para a criação de instituições financeiras e o incentivo comercial por meio das moedas locais por parte do Brasil, o jornal cita um outro fator determinante nesse quadro. Segundo o Página/12, em meio aos conflitos mundiais envolvendo Líbia, Síria e Oriente Médio, o Brasil costumaria apoiar as posições defendidas por Pequim e Moscou – se distanciando dos Estados Unidos na mesma medida em que colocaria o Brics como prioridade na política internacional.

A matéria lembra também de que em junho, o vice-presidente norte-americano Joe Biden veio ao Brasil em uma tentativa de melhorar as relações com o Brasil, abaladas por conta do escândalo da agência de espionagem NSA. Dilma teria recebido Biden com cortesia, mas não deu nenhuma certeza de que retomaria os planos de fazer uma visita a Washington – planos que foram interrompidos após a confirmação de que os agentes da NSA teriam examinado arquivos da Petrobras e do Palácio do Planalto.

O jornal disse ainda que a conferência de Fortaleza, que teria sido prolongada na quarta-feira em Brasília com a adição dos líderes da União de Nações Sul-Americanas (Unasur) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), teve o protagonismo de Dilma, que surgiria como favorita à reeleição em outubro, com 36% das intenções de votos, na frente do principal adversário, Aécio Neves, que concentra 20% das intenções.

O jornal argentino classificou a reunião ainda como um “triunfo da diplomacia brasileira”, mas principalmente para Dilma, que de acordo com o jornal conseguiu realizar vários encontros bilaterais prestes a encarar uma forte disputa eleitoral e deixou uma prévia do que será seu possível segundo mandato.