ASSINE
search button

Auditoria da Petrobras questiona irregularidades em contratos com empreiteiras

Queiroz Galvão é uma das empresas citadas

Compartilhar

Auditorias internas da Petrobras apontaram irregularidades em contratos com empreiteiras como a Queiroz Galvão, Alusa e Barbosa Mello. Um negócio de R$ 2,7 bilhões com o Consórcio Ipojuca, formado pela Queiroz Galvão e pela Iesa Óleo e Gás teve reajuste antes do previsto. Os auditores questionaram um "desembolso indevido" de R$6 milhões e requereram a devolução do dinheiro. 

>> Corrupto é punido, mas corruptores agem há 50 anos impunemente

Além disso, também foi apontado o aumento de itens e a manutenção do preço unitário, que teria levado a um "acréscimo de R$245 milhões". O consórcio deveria instalar um sistema de tratamento de efluentes, que acabou não sendo realizado e teve um custo extra de R$ 15 milhões.  As informações são do O Globo.

Outra revelação foi que a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, contou com "projeções de lucro acima do mercado por fornecedores, favorecimento em licitações, contratações sem concorrência e sem disputa, e pagamentos a mais a empreiteiras". O orçamento do empreendimento saltou de US$ 2,3 bilhões para mais de US$ 20 bilhões. De acordo com estimativas mais recentes do Tribunal de Contas da União (TCU), o superfaturamento passa de R$ 1,1 bilhão. 

A Alusa ainda está sob suspeita em um segundo contrato. A empresa foi contratada por R$ 921 milhões para realizar o projeto executivo e a implementação da casa de força da refinaria, mas não atendia aos requisitos expressos no edital de licitação. Na época, em 2008, a Alusa não havia sido convidada para participar da licitação, mas conseguiu entrar após enviar um e-mail a um gerente da área de engenharia mostrando interesse. Os auditores destacam que 12 concorrentes já estavam na disputa e que a flexibilização dos critérios deveria, então, ter sido estendida a outras empresas.

A Alusa Engenharia refuta as acusações e afirma não ter tomado conhecimento de qualquer auditoria interna ou ter sido procurada para prestar quaisquer esclarecimentos. Segundo a empresa, os contratos são regulares e estão de acordo com o objeto da contratação e as margens de lucro apontadas pela reportagem não correspondem à realidade. A companhia argumenta que preencheu todos os requisitos para participar da concorrência e que disputou o certame em igualdade de condições com as demais empresas.

Um certame vencido pela Jaraguá Investimentos, citada na Operação Lava-Jato da Polícia Federal como uma das companhias que repassaram recursos para uma empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, também está na mira. Os auditores observaram que a empresa venceu uma concorrência de R$ 13,3 milhões para o fornecimento de equipamentos de energia na qual nenhum concorrente participou. A Petrobras chamou 16 empresas, mas somente a Jaraguá apresentou proposta. O TCU já havia determinado à Petrobras que são necessárias, pelo menos, três propostas válidas para existir um processo de licitação.