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PMDB confirma Gilvam Borges no lugar de Sarney

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O presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp, disse que a legenda ficou triste com o anúncio de José Sarney (PMDB-AP) de desistir da candidatura à reeleição ao Senado. O peemedebista disse que a decisão do colega foi pessoal e confirmou o ex-senador e presidente da regional do partido no Amapá, Gilvam Borges, para o lugar de Sarney.

“Eu estou triste, lógico. O PMDB está triste de não ter o presidente Sarney como senador, ele vai fazer falta. Com certeza vai fazer falta”, disse Raupp, no Senado.

Raupp disse ter conversado com Sarney pela manhã, que o comunicou da vontade de deixar a política por questões pessoais. A mulher do ex-presidente da República, dona Marly, passa por problemas de saúde. “Ele me disse que já cumpriu a missão dele na política, pelo menos por enquanto. Problema de saúde na família, da dona Marly, inclusive dele mesmo”, disse o senador.

O presidente do PMDB não descartou completamente a possibilidade de Sarney mudar de ideia até sexta-feira, data da convenção da legenda no Amapá. "Tem um ditado na política que diz o seguinte: você nunca pode dizer que dessa água não bebo. Temos que aguardar. O nosso desejo é que ele continuasse. Desejo do PMDB é que ele pudesse continuar. Não sei se isso vai dar mais tempo, se for uma decisão definitiva dele. São coisas muito pessoais, então só ele pode tomar a decisão", disse.

Há 59 anos na vida pública, Sarney está no Senado desde 1991, Casa que presidiu em quatro ocasiões. O político assumiu seu primeiro cargo público em 1955 e presidiu o Brasil entre 1985 e 1990, depois da morte de Tancredo Neves.

Enfraquecido na política local, Sarney foi vaiado em um evento com a presidente Dilma Rousseff ontem, em Macapá, evento que precedeu o anúncio da desistência do peemedebista. Em 2006, ele venceu com pouco mais de 29 mil votos a candidata Maria Cristina do Rosário Almeida, do PSB.

Raupp negou que Sarney tenha desistido da candidatura pela possibilidade de derrota. Segundo ele, pesquisas colocavam o ex-presidente com 53% das intenções. “Se ele fosse candidato, sinceramente falando, acho que ele conseguia vencer a eleição sim”, disse.

Para o colega de partido, Sarney, depois de deixar o Senado em fevereiro do ano que vem, deve continuar na cúpula do partido como um conselheiro. “Obviamente não vai deixar de continuar dando conselhos na política. Papel que ele cumpriu na transição democrática do país já se imortalizou e ficou na história”, afirmou.