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Milhares saem às ruas em protesto por melhores serviços públicos

População também protestou contra a Copa e pediu moradia e melhores salários

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Milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades do país em protestos contra a Copa do Mundo, por melhores salários, serviços públicos de qualidade e moradia. Em São Paulo, manifestantes entraram em confronto com a PM na Rua da Consolação, na altura da Rua Matias Aires. Um grupo de manifestantes tentou furar o bloqueio dos policiais que acompanham o ato e o tumulto começou. A PM reagiu com bombas de efeito moral. Pelo menos 20 pessoas foram presas durante protesto na Rua Augusta.

As manifestações distintas reuniram professores, servidores e representantes de várias entidades. Mais cedo, pelo menos nove protestos pararam vias importantes da capital, como as marginais Tietê e Pinheiros.

O ato do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) teve início por volta das 6h30 na rodovia Anhanguera, na região de Osasco. Moradores de uma ocupação na Grande São Paulo usaram pneus em chamas para bloquear a pista sentido São Paulo da via, na altura do quilômetro 19.

Viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas para apagar o fogo. Às 8h, segundo a concessionária, a pista foi liberada completamente. Os manifestantes seguiram em marcha, acompanhados pela Polícia Militar.

Em outro ponto, na zona sul de São Paulo, manifestantes interditaram a avenida Interlagos. Segundo a Polícia Militar, cerca de 100 pessoas interditavam a via na altura da marginal Pinheiros. O protesto seria de metalúrgicos, segundo a corporação. Às 8h28, a via foi liberada, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Na zona leste, às 8h, cerca de 2 mil ocupantes de um terreno na região da Arena Corinthians iniciaram mais um protesto por moradia. O local foi invadido por milhares de pessoas e batizado de ocupação “Copa do Povo”. O grupo caminhou em direção ao estádio em Itaquera, que receberá o primeiro jogo oficial no próximo domingo.

Por volta das 9h20, os manifestantes interditaram a avenida Jacú Pêssego, no sentido Ayrton Senna, na altura da avenida Adriano Bertozzi. 

Às 8h30, outro grupo bloqueou a avenida João Dias, na região do terminal de ônibus. O grupo seguia no sentido centro, de forma pacífica. Às 9h11, o grupo chegou à marginal Pinheiros.

Manifestantes utilizaram caixotes de madeira para formar uma barricada, que foi incendiada logo em seguida. De acordo com a PM, a manifestação seguia sem nenhuma ocorrência. Mais tarde, às 10h30, os manifestantes interditaram os dois sentidos da avenida Giovanni Gronchi, na altura da avenida Carlos Caldeira Filho.

Uma das lideranças no MTST, Jussara Bastos, participou do protesto na avenida João Dias e ressaltou que o movimento não é contra a Copa do Mundo e sim contra a má administração do dinheiro público. "Não somos contra a Copa, mas somos contra o fato de ela ser voltada apenas para a elite uma vez que tem dinheiro para aeroportos e rede hoteleira, enquanto a maior parte das cidades sofre com as enchentes e o afunilamento do trânsito. Queremos também uma lei nacional contra os despejos", disse.

Por volta das 11h, os manifestantes se dispersaram, liberando todas as vias na região.

No início da noite, 1.200 manifestantes ocuparam a Avenida Paulista, uma das mais importantes vias paulistana, enquanto cerca de 5 mil professores em greve, segundo a Polícia Militar, marchavam com destino à sede da prefeitura. As cidades-sede do Mundial também têm sido afetadas por greves realizadas por diferentes categorias.

Ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro manifestantes ocuparam a Avenida Presidente Vargas, com cartazes e gritando palavras de ordem contra o Mundial, que começa no dia 12 de junho em São Paulo, com a partida entre Brasil e Croácia, na Arena Corinthians.

Em Brasília, os manifestantes invadiram um prédio da empresa Terracap, estatal do governo do Distrito Federal responsável pela construção do Estádio Mané Garrincha, o mais caro da Copa. O MTST disse em sua página oficial no Facebook que membros do grupo foram expulsos do local em uma "ação truculenta da polícia".

Em Recife, cidade que receberá cinco partidas do Mundial, uma greve de policiais militares provocou episódios de violência e saques nas ruas da cidade.

As manifestações nacionais desta quinta-feira começaram logo cedo quando um grupo de manifestantes utilizou pneus queimados para bloquear a rodovia Anhanguera, na altura do limite entre São Paulo e Osasco, no sentido à capital paulista. A via foi liberada depois, mas o protesto provocou enorme congestionamento na região.

Com Portal Terra