Os rivais de Dilma Rousseff (PT) estariam ganhando terreno na disputa eleitoral, segundo matéria publicada no último sábado (10) pelo jornal londrino The Economist. Dados do jornal afirmam que 48% dos brasileiros aprovariam neste momento a presidente, contra 55% em fevereiro. Essa queda na popularidade estaria começando a estabelecer vínculos com seus dois principais rivais: Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Ambos continuam atrás de Dilma nas pesquisas de intenção de voto, porém o jornal aponta a diminuição na diferença, especialmente entre a presidente e Aécio Neves: atualmente a diferença é de apenas 10 pontos, contra os 23 de diferença há dois meses.
Segundo o jornal, mesmo após os grandes protestos de junho de 2013, o índice de aprovação da atual presidente nunca havia estado abaixo de 45%. O jornal aponta também que Aécio Neves e Eduardo Campos ainda são pouco conhecidos fora dos seus estados de origem política, mas que alguns paralelos já podem ser estabelecidos.
O jornal lembra que tanto Aécio quanto Campos são mais jovens – 54 e 48 anos, respectivamente – que Dilma, 66, oriunda de uma geração de políticos brasileiros pós-fim da ditadura militar em 1985. Ambos seriam descendentes do que o jornal chama de dinastias políticas, por conta do parentesco com Tancredo Neves e Miguel Arraes. Além disso, o jornal diz também que os dois são economistas bem treinados.
O The Economist diz que Aécio Neves transformou Minas Gerais, que segundo o jornal encontrava-se em uma situação de ‘caso perdido’, em um dos estados mais bem administrados do país. O jornal diz que graças à gestão de Aécio, a pobreza em Minas caiu mais rápido do que no restante do Brasil e que o estado agora possui os alunos com os melhores desempenhos do país. Eduardo Campos, de acordo com o jornal, teria obtido resultados igualmente impressionantes em Pernambuco de 2007 até o mês passado, quando deixou o cargo para se concentrar em sua candidatura.
O jornal afirma que muitos especialistas veriam Aécio Neves como uma aposta melhor do que Eduardo Campos. Empresários e banqueiros desejariam medidas como simplificar sistema tributário complicado do Brasil, reduzir o número de ministérios (que aumentou de 26 para 39 durante os governos petistas), e tomar mais medidas para angariar investimento privado em infra-estrutura. De acordo com o jornal, essas medidas estariam mais próximas do discurso de Aécio. O que prejudicaria o candidato seria uma atmosfera de elitismo que ele ainda carrega.
Eduardo Campos, por sua vez, afastaria uma possível impressão de elitismo com a aliança eleitoral feita com Marina Silva, ex- senadora e ambientalista popular, que ficou em terceiro lugar na corrida presidencial de 2010. Empresários citariam, de acordo com o jornal, o ‘fator Marina’ como uma preocupação para os adversários.
O jornal lembra que Dilma continua a ser a favorita para ganhar, e pontua que o desemprego está em níveis historicamente baixos, embora a possibilidade de protestos durante a Copa do Mundo possa se tornar um foco de descontentamento. Além disso, o jornal diz que ela vai desfrutar de mais tempo para campanha televisiva que Aécio e Eduardo Campos. Mas que, sim, Dilma está em uma luta eleitoral.