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Pesquisa mostra que índice de votos nulos, em branco e indecisos é recorde

Maioria acredita que nenhum dos candidatos aparenta preparo para assumir presidência

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Se as eleições fossem neste momento, 16% dos eleitores votariam nulo ou em branco, de acordo com pesquisa do Datafolha realizada em 7 e 8 de maio. Foram ouvidas 2.888 pessoas para elaborar os índices, que representam um recorde para o período. O Jornal do Brasil já havia adiantado em artigo que esse comportamentos dos eleitores era esperado.

Texto publicado pelo JB ressaltava que fatores como o envolvimento cada vez mais crescente de políticos em escândalos de corrupção e a descoberta cada vez mais frequente da promiscuidade na relação entre os poderes público e privado causariam impactos negativos no interesse nas eleições e nos candidatos.

>> A crise da ética na política e a descrença dos eleitores

Apesar de a disputa eleitoral dos candidatos aos cargos políticos ter começado relativamente cedo, os dados apontam que o interesse coletivo pelos políticos que já se apresentaram é o mais baixo em muito tempo. Analisado em regiões isoladas, o quadro geral ainda pode se mostrar ainda mais grave. Entre os eleitores da região Sudeste, a mais populosa do país, 21% declararam inclinação a votar em branco ou nulo. Entre os que possuem ensino superior, o número fica em 22%.

Faltando cinco meses para o período das eleições, os dados indicam também que um total de 24% do eleitorado possui algum tipo de distanciamento dos nomes apresentados pelos partidos como candidatos. Questionados sobre os motivos de votar nulo ou em branco, 58% declarou que nenhum dos candidatos aparenta ser suficientemente preparado para assumir o cargo de Presidente. Outros 29% desse grupo disseram que o voto em branco ou nulo seria uma forma de protesto.

O descontentamento com os candidatos também é claro. Entre os que votariam em Dilma Rousseff (PT), 39% o fariam pela falta de opção melhor. Entre os eleitores de Aécio Neves (PSDB), o número sobre para 52%. No caso de Eduardo Campos (PSB) é ainda maior: 62% votariam por falta de opção.

Obrigatoriedade do voto

De acordo com a pesquisa do Datafolha, 57% dos eleitores não votariam no próximo dia 5 de outubro se tivessem essa escolha. Essa pergunta relativa ao comparecimento é feita desde 1989 e representa outro recorde: pesquisas anteriores nunca superaram a marca de 50% nessa questão.

Entre os mais jovens, entre 16 e 24 anos, a rejeição à obrigatoriedade é de 58%. Entre eleitores  de 45 a 59 anos, o número atinge 68%. A pesquisa mostrou também que a rejeição é maior nos grupos em que a escolaridade é alta: entre os que entrevistados que tem ensino superior, 71% rejeitam a obrigatoriedade do voto.

Dilma, líder na pesquisa de intenção de voto, seria prejudicada caso o voto não fosse obrigatório. Entre os eleitores de Dilma, com 37% das intenções, 43% dizem que não compareceriam às urnas se a eleição não fosse obrigatória.

Contudo, a proporção dos que não votariam é bem maior entre o eleitorado dos principais rivais de Dilma na disputa. Aécio concentra 20% das intenções de voto e, dentre eles, 58% deixariam de votar se não fosse obrigatório. Entre os eleitores de Eduardo Campos, com 10% das intenções, 62% não votariam.