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Eduardo Cunha avisa: "Tentar me isolar é isolar a bancada do PMDB"

Presidente do PMDB diz que tentará compor chapa com PT em seis estados

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Enquanto a presidente Dilma Rouisseff se reúne com a cúpula do PMDB para tentar acalmar os ânimos e aplacar a crise, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, dispara pelo Twitter, colocando mais lenha na fogueira. Na noite de domingo (9), enquanto Dilma se reunia com o vice Michel Temer, em Brasília, Cunha já escrevia: "É bom deixar claro que eu só expresso e só expressarei o que a bancada pensa e decide. Logo, tentar me isolar é isolar a bancada do PMDB. Em segundo lugar, volto a falar como é engraçado, sou gratuitamente agredido pelo PT,reajo e aí eu viro o culpado eles a vítima. A bancada já decidiu, nomeiem quem quiserem para os cargos, que não queremos."

>> Em encontro com Dilma, Michel Temer vai defender posição de Eduardo Cunha

Cunha ainda prosseguiu:  E está certo o Michel quando fala que é a convenção que decide apoio, aliás falei isso aqui no tt (sic), só que os deputados têm opinião e voto. Enganam-se os que acham que me comportarem (sic) diferente do que a bancada quer. Terça-feira debateremos", avisa.

Já nesta segunda-feira (10), Cunha escreveu: "Já em Brasilia, estou vendo que ficam divulgadas notícias que tenho uma megabancada, etc. Isso é tudo bobagem, não lidero nada que não o PMDB."

Aliança nacional entre PT e PMDB continua sólida, afirma Raupp

O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou nesta segunda-feira (10) que a aliança entre o partido e o PT para as eleições presidenciais continua sólida. Ele ressaltou, porém, que as duas legendas ainda têm de chegar a acordos quanto à disputa em alguns estados. Com outras lideranças do PMDB, Raupp se reuniu com a presidente Dilma Rousseff para tentar acabar com uma crise entre os partidos, mais acentuada na Câmara dos Deputados.

"Em muitos estados não será possível caminhar juntos, mas estabelecer procedimentos, como no caso do Ceará, do Rio de Janeiro. Temos que estabelecer procedimentos que não venham a resultar em enfrentamentos que possam comprometer a aliança nacional", disse Raupp.

Segundo Raupp, as conversas com o PT vão agora se concentrar na formação de palanques conjuntos em Goiás, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Rondônia e Tocantins.

"O PT só tem candidato fixo em 11 estados. Fora isso, está em aberto. O partido preferencial da aliança do PT é o PMDB", afirmou Raupp.

O senador do PMDB de Rondônia informou também que os dois partidos voltam a se encontrar na próxima quinta-feira para continuar a debater as alianças regionais. Quanto à reforma ministerial, Valdir Raupp disse que o tema ainda não entrou em pauta.

"Os ministros que vão sair para disputar eleições têm até o começo de abril para deixar os cargos. Temos ainda quase um mês para fazer essa reforma. O PMDB, como partido, sempre tem dito que os ministérios são de competência exclusiva da presidente da República", acrescentou.

Valdir Raupp afirmou esperar que a crise entre o PMDB da Câmara e o governo esteja chegando ao final. "Na crise, a gente nunca sabe se está começando, se está terminando".

"Não podemos dinamitar pontes. Se tiver alguma dinamitada, vamos reconstruir para conseguir fazer a travessia", concluiu.

Posição do PT

Em entrevista à Rádio Senado, o senador Jorge Viana (PT-AC) assegurou que a crise entre os dois partidos se limita às eleições estaduais. "O que temos é uma influência maior das disputas regionais. O PMDB é um partido que não tem sido cabeça de chapa para presidente há muitas eleições e se prende muito às eleições estaduais. Temos problemas em vários estados que vão requerer muita paciência das lideranças e também um pouco de tempo", declarou Viana.

A relação do governo com o PMDB está passando por uma crise, que se acirrou ainda mais com a criação do chamado "blocão", que seria formado por sete partidos da base aliada, liderados pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Este grupo, insatisfeito com o governo, teria se reunido com o objetivo de pressionar o Palácio do Planalto.

Reuniões começaram no domingo

Após ter se reunido na noite de domingo (9) com o vice-presidente Michel Temer, a presidente Dilma Rousseff se reuniu na manhã desta segunda-feira (10) com líderes peemedebistas para tratar da crise entre o governo e o partido. 

No início da manhã, participaram do encontro no Palácio do Planalto o vice-presidente, Michel Temer, presidente licenciado do PMDB; o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os líderes do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), e do PMDB na Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE). O encontro também teve a participação do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Na sequência, a presidente Dilma fez outra reunião com o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).