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Dilma deixa em aberto entendimento com o PMDB

Definições deverão ocorrer apenas na próxima semana

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O encontro que a presidente Dilma Rousseff teria nesta quinta-feira (20) com o vice-presidente Michel Temer, para tratar do sexto ministério do PMDB, foi remarcado para a próxima semana. As conversas para preenchimento do cargo estão emperradas desde o final do ano passado, quando a bancada do partido no Senado queria emplacar o nome de Vital do Rego (PB) para o Ministério da Integração. E a bancada da Câmara queria mais um cargo, além da Agricultura e do Turismo.

Dilma fez uma contraproposta e ofereceu a Integração Nacional para Eunício Oliveira (CE) que, aceitando o cargo, abriria caminho para um acordo entre o PT e os irmãos Gomes (Cid e Ciro) na disputa pelo governo do Ceará. Eunício, no entanto, não abre mão de disputar o governo do estado, pelo menos por enquanto, mas para alguns mais próximos diz que não será totalmente intransigente com a proposta da presidente.

Dilma queria reduzir ainda mais a fatia do PMDB na Esplanada e sugeriu também que a pasta do Turismo fosse entregue a Benito Gama do PTB no lugar de Gastão Vieira. A proposta soou como um estrondo entre os deputados, gerando uma imediata aversão dos parlamentares à proposta, principalmente do líder Eduardo Cunha e do presidente da casa, Henrique Alves. Os dois lideraram um início de rebelião para que o partido entregasse os cargos que tem hoje e, ainda por cima, deixaram claro que orientariam a bancada a votar contra vários projetos de interesse do governo, como o marco civil da Internet.

Dilma, no entanto, não só ignorou o recado como foi mais longe ainda ao aceitar a indicação do veterinário Enio Marques, feita pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) nesta quarta (19), para o Ministério da Agricultura no lugar de Antonio Andrade, que ocupa o cargo por indicação do PMDB da Câmara. A decisão da presidente parece que não está levando muito a sério as ameaças do líder do partido, Eduardo Cunha, que novamente foi o porta-voz da indignação: "Já exoneramos o sujeito uma vez, se ela o colocar como ministro, aí vai ser uma agressão ao meu partido", disse ele revoltado.

Na próxima semana, a presidente e o vice, Michel Temer, deverão ter um encontro reservado para tratar da participação do PMDB na nova equipe ministerial que está sendo formada para o último ano do primeiro mandato de Dilma. Antes mesmo dessa conversa, no entanto, já ficou acertado entre os dois que qualquer nome indicado pelo partido deverá ter o aval de Temer, caso contrário não será aceito pela presidente.