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Acusado de propina continua no governo Alckimin

Roberto Garcia diz que vai permanecer no cargo

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Brasil 247 - Apontado pelo ex-diretor da Siemens, Everton Rheinrheimer, como um dos elos da multinacional alemã no governo de São Paulo e como receptor de propinas, o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Rodrigo Garcia, que é também um dos auxiliares mais próximos do governador Geraldo Alckmin, decidiu sair da defensiva. Dois atrás, ele visitou a Folha de S. Paulo, onde apresentou sua versão. Neste domingo, o jornal Estado de S. Paulo também lhe ofereceu uma entrevista de página inteira. No depoimento, aos jornalistas Fausto Macedo e Fernando Gallo, Rodrigo Garcia admite conhecer Everton Rhenrheimer, mas diz que ele "não tem como provar" qualquer pagamento de propina.

Sobre Rheinrheimer, ele afirma que o conhece de forma vaga. "Sei de quem se trata. Me familiarizei com ele pelas fotos de jornal. Lembrava dele como um ex-diretor de multinacional. Puxando na memória, se eu o recebi como líder do PFL (na Assembleia), recebi uma vez, como recebi tantas outras pessoas desse e de outros setores. É atividade parlamentar. E depois da eleição de 2010 lembro que ele esteve no escritório político. Eu já era deputado federal. Ele fez uma visita. É isso o que lembro. Não tenho nenhum tipo de relacionamento próximo, não sei onde mora, o que faz, se mora no Brasil, o que tem no Brasil, o que deixa de ter."

Garcia também diz que o ex-diretor da Siemens contribui para uma de suas campanhas. "Vi pelos jornais. Eu faço jantares. Centenas de outras pessoas físicas e jurídicas compram. Esses convites são algo natural. São equipes de colaboradores, pessoas que sabem que sou candidato, vão lá e colaboram", afirmou.

Ele diz ainda que as acusações têm cunho eleitoral e que Rheinrheimer não poderá provar o que disse. "Ele não tem credibilidade. Vai saber até por interesse de quem. Fala que beltrano, fulano e sicrano recebiam, esse aqui falei de propina com ele, esse outro falei com o assessor dele. E diz que não tem provas. Ele não aponta claramente. É coisa vaga, atendendo a não sei quais interesses. Parar a investigação do inquérito, ganhar tempo, prejudicar nosso governo, bater na oposição ao governo federal", disse Garcia. "Ele afirma que falou de comissão e propina comigo, mas que não foi quem entregou, não pode provar."

O secretário também garante que não irá se afastar do cargo. "Não tem sentido. É tão sem pé nem cabeça, para atingir o governo. A única recomendação que recebi do governador na virada do ano foi continuar acelerando os projetos", afirma. Por fim, ele diz ainda que pedirá uma acareação com o ex-diretor da Siemens.