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Dirceu abre mão da oferta de emprego em hotel

Desistência se deve a 'linchamento midiático', afirma defesa do ex-ministro

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O ex-ministro José Dirceu, condenado na ação penal do mensalão e que começou a cumprir pena em regime semiaberto, desistiu da oferta de trabalho durante o dia no Hotel Saint Peter, em Brasília, conforme carta assinada pelos seus advogados José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, que condenam “o clima de linchamento midiático” instalado contra o réu.

A “nota de esclarecimento” dos defensores de José Dirceu é a seguinte:

“Tendo em vista o clima de linchamento midiático instalado contra José Dirceu e contra a empresa que lhe ofereceu trabalho, anunciamos que o ex-ministro decidiu abrir mão da oferta de emprego. Trata-se de uma decisão tomada com o objetivo de diminuir o sofrimento dos empresários que lhe fizeram a oferta e das centenas de funcionários que trabalham no grupo – agora sujeito também aos efeitos corrosivos de uma cobertura marcada pela irracionalidade e pelo espírito de justiçamento, e não de justiça.

Reafirmamos que a proposta apresentada cumpria todas as formalidades previstas em lei, como contrato firmado, carteira de trabalho assinada e toda a documentação complementar exigida. Mesmo assim, foi tratada por setores da mídia como uma farsa. Essa atitude denuncia a intenção de impedir que o ex-ministro trabalhe, direito que lhe é garantido pela lei e que vale para todos os condenados em regime semiaberto.

Ele tem direito a trabalhar, uma vez atendidas as condições legais, assim como tem o direito a ficar detido em um estabelecimento com condições dignas de higiene e segurança. Não se busca nenhum privilégio, apenas o cumprimento da lei. Mas José Dirceu não considera justo que outras pessoas, transformadas em alvo de ódio e perseguição exclusivamente por um gesto de generosidade, estejam obrigadas a partilhar da sanha persecutória que se abete contra ele. Por isso, renuncia à oferta de emprego do Hotel Saint Peter e agradece a boa vontade dos proprietários”.