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Mensalão: 'não faço julgamento de decisão do STF', diz Lula sobre prisões

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou comentar nesta segunda-feira a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou na semana passada a prisão imediata de 12 réus no processo do mensalão, incluindo o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino. Ao declarar que aguarda o "julgamento total" dos recursos apresentados pelas defesas dos réus, Lula disse que não avaliaria a decisão do STF.

"Eu não faço julgamento da decisão da Suprema Corte. Eu acho que o PT soltou uma nota que condiz com a realidade do momento. Temos os embargos infringentes a serem votados, vamos aguardar para ver o que vai acontecer", disse Lula, que prometeu analisar o escândalo do mensalão apenas após o fim do esgotamento da possibilidade de recursos dos réus. 

"Estou dizendo para vocês há muito tempo: vou esperar o julgamento total porque tenho muita coisa a comentar, e eu gostaria de falar sobre o assunto. Estou aguardando que a lei seja cumprida e, quem sabe, eles fiquem em regime semiaberto", afirmou o ex-presidente.

Presente a uma conferência da Universidade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, o ex-presidente não quis comentar a fuga de Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil condenado a 12 anos e sete meses regime fechado por lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva, que se encontra foragido na Itália. Lula também evitou tecer comentários a respeito da saúde de José Genoino, que teria passado mal na prisão - fato desmentido pelo Ministério da Justiça. "Eu falei com o advogado dele (Genoino), mas se ele quiser, ele fala com vocês (jornalistas)", limitou-se a dizer.

Presente no mesmo evento, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) avaliou como um "exagero" a prisão de Genoino, e se disse preocupado com o quadro clínico do colega de partido. "Uma pessoa que está nas condições dele, eu estranhei que não houvesse um maior cuidado. Quero visitá-lo para ver em que situação está", disse o senador, que se dirige a Brasília ainda nesta segunda-feira. "Acho que houve um exagero. Poderia ter havido um cuidado com a saúde e um respeito às pessoas", criticou.