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Em carta, Pizzolato diz que vai pedir novo julgamento na Itália

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O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do Mensalão, divulgou carta neste sábado em que afirma que vai pleitear um novo julgamento na Itália, país onde diz que se encontra há mais de um mês. Pizzolato também tem cidadania italiana, atacou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, a imprensa e alegou que seu julgamento foi influenciado por motivações políticas.

“Por não vislumbrar a mínima chance de ter um julgamento afastado de motivações político eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália”, afirma a carta.

Em referência a Joaquim Barbosa, ele comenta estar decepcionado com a “postura agressiva daquele que deveria pugnar pela mais exemplar isenção”. Segundo ele, a Corte Interamericana de Direitos Humanos estabelece que um mesmo juiz não dever atuar em todas as fases do processo, desde a investigação, passando pela aceitação, até o julgamento.

Pizzolato acusa ainda a investigação de desmembrar a investigação em inquéritos paralelos sigilosos para encobrir documentos, laudos e perícias que comprovariam sua inocência. Ele sustenta ainda que lhe negaram o direito de ter o recurso avaliado por uma corte diferente.

“Nos últimos anos minha vida foi devassada e não existe nenhuma contradição em tudo que declarei quer seja em juízo ou nos eventos públicos que estão disponíveis na internet”, observa, salientando ter farta documentação que atesta sua inocência.

O ex-dirigente do BB afirma ainda que foi desrespeitado por setores da imprensa quando esteve no exterior para, segundo ele, acompanhar um parente que estava doente. Pizzolato alega que toda a ação penal teve como base o uso de dinheiro da Visanet, empresa que ele ressalta ser privada.

“Fui necessário para que o enredo fizesse sentido. A mentira do dinheiro público para condenar...todos. Réus, partidos, ideias, ideologia”, complementa.