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Decisão de Marina reflete um projeto pessoal

Filiação ao PSB muda completamente quadro eleitoral

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Ao anunciar seu ingresso no PSB, a ex-senadora Marina Silva mostrou nas entrelinhas que sua alternativa está mais voltada para uma reação ao governo e ao PT do que um projeto político para por em prática suas ideias para o país. Na reunião que teve com seus correligionários na sexta-feira (4/10) de madrugada, Marina teria dito que sua briga, neste momento, não é para ser presidente da República, é contra o PT e o chavismo que se instalou no Brasil, segundo relato dos próprios integrantes da Rede Sustentabilidade que estavam presentes.

Marina também não assumiu de imediato sua condição de vice de Eduardo Campos, possivelmente para diminuir o impacto em seus simpatizantes de uma perda, não só do partido, mas da condição protagonista principal concorrendo como cabeça de chapa nas próximas eleições. Para Eduardo Campos ceder o lugar a sua mais nova correligionária será preciso muito mais do que resultado de pesquisa mostrando uma posição melhor da ex-senadora.

>>Marina no PSB surpreende políticos e governo

Marina entrou também no PSB por ter ficado sem uma infraestrutura partidária que pudesse lhe dar o suporte necessário, mesmo que precário, para concorrer em 2014. Essa infraestrutura está nas mãos de Campos e certamente terá um peso grande nas negociações para uma possível troca de posições para que ele seja vice. Não bastam, portanto, apenas resultados de pesquisas mostrando a ex-senadora em melhores condições para que haja uma inversão na cabeça de chapa.

A ex-senadora também sinalizou em seu discurso, ao assinar a ficha de inscrição de filiação ao PSB, que seu alvo é o governo e o PT. “A vitória ou a derrota só são medidos na História. Apressa-se quem acha que uma derrota se dá numa canetada. Se não é possível um novo caminho, há que se aprender uma nova maneira de caminhar”, disse ela.