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Troca-troca de partidos marca eleições de 2014

Enquanto futuro de Marina ainda é incerto, Serra afirma que continua no PSDB

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As eleições de 2014 estão sendo marcadas pelo intenso troca-troca de partidos por parte dos seus possíveis candidatos. O prazo para filiação, que termina no dia 5 de outubro, está se aproximando e os políticos que ainda vivem impasses para escolher sua legenda terão que tomar uma decisão. A data fatídica segue gerando apreensão em possíveis concorrentes nas eleições de 2014, com destaques para Marina Silva, os irmãos Cid e Ciro Gomes e a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins. O ex-governador de São Paulo José Serra, que cogitou abandonar o PSDB, anunciou nesta terça-feira (1) a permanência no partido. 

No centro dos holofotes políticos dos últimos meses, Marina Silva é o principal nome na corrida contra o tempo para garantir filiação. O caso da ex-senadora é mais trabalhoso que o dos demais, pois tem como objetivo criar uma legenda nova. O partido Rede Sustentabilidade, idealizado por Marina, vem sofrendo esquemas de boicote contra a sua formação, que precisava reunir 492 mil assinaturas de apoio exigidas em lei para a formalização da sigla.

A ex-senadora afirma que foram coletadas 910 mil assinaturas, das quais 668 mil foram encaminhadas aos cartórios eleitorais, responsáveis por validar as assinaturas dos apoiadores. Segundo Marina, o Rede Sustentabilidade certificou cerca de 450 mil assinaturas, mais as 95 mil que foram anuladas sem motivação pelos cartórios eleitorais estaduais.

Ainda lutando para obter o registro, o futuro de Marina segue incerto, com três possibilidades: com a aprovação do Rede, Marina Silva se candidata à presidência pela sua própria legenda; caso a formação da sigla seja recusada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marina se filia a outro partido para se garantir na corrida presidencial de 2014; ou a ex-senadora não se integrará a nenhuma agremiação existente e desiste da eleição do ano que vem. 

Já com José Serra, do PSDB, o caso era menos burocrático que o de Marina Silva, mas tão polêmico quanto. O ex-governador de São Paulo finalmente anunciou a permanência no partido tucano, mas viveu um impasse ao longo de 2013, tendo que decidir se concorreria às prévias internas do PSDB, ao lado de Aécio Neves, para definir o presidenciável do partido em 2014, ou se desistiria da presidência, deixando o caminho livre para o senador mineiro.

Após ser sondado pelo presidente do PPS, Roberto Freire, e cogitar deixar o partido em busca de uma candidatura à presidência sem impedimentos, Serra divulgou em sua conta do Facebook que não haveria mudanças no seu futuro político e que continua no PSDB. Na mensagem divulgada, Serra afirma que sua prioridade é "derrotar o PT" e que o PSDB seria a "trincheira adequada para lutar por esse propósito". Serra não afirmou se concorreria a algum cargo em 2014. Dentro do PSDB, Aécio segue como principal nome para concorrer contra Dilma Rousseff.

A ex-prefeita de Fortaleza e atual líder do PT no Ceará, Luizianne Lins, passou por momentos conturbados para decidir seu futuro em 2014 quando foi convidada pelo possível presidenciável Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, para concorrer ao governo do Ceará em 2014. Porém, após reunião com o presidente do partido, Rui Falcão, realizada nesta segunda-feira (30), Luizianne confirmou seu apoio à candidatura de Dilma pela reeleição. Com a decisão, Luizianne deve recusar o convite de Eduardo Campos e seguir no quadro do PT.

O convite feito à Luizianne e o rompimento do PSB com o governo da presidente Dilma ainda motivou a saída do partido socialista por parte dos irmãos Cid Gomes, governador do Ceará, e Ciro Gomes, ex-ministro, que já parecem estar com o passaporte carimbado para o Partido Republicano da Ordem Social (PROS), um dos recém-criados em 2013 e que tem todo o respaldo do governo federal. O anúncio sobre a filiação deve ser realizado ainda nesta terça-feira (1).

Com essa dança das cadeiras de políticos e criação de novos partidos, parece que a legenda mais prejudicada deve ser o PDT. Por conta da aprovação das duas mais novas legendas, o Solidariedade e o PROS, o PDT, uma das oito maiores forças políticas da Câmara dos Deputados, deve perder, ao menos, sete dos seus 26 deputados federais na Casa.

Se as previsões se confirmarem, seis deputados pedetistas devem migrar para o Solidariedade, partido idealizado pelo deputado Paulo da Força Sindical (SP), ex-integrante do PDT. Já o PROS, criado por Eurípedes Júnior, deve ser o destino do deputado Salvador Zimbaldi (SP). A situação do PDT ainda piora se o TSE finalmente aprovar a legenda de Marina Silva, a Rede Sustentabilidade, que ainda deve abocanhar os deputados pedetistas Miro Teixeira (RJ) e Reguffe (DF). 

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil