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Ex-mulher é condenada pela morte de executivo da Friboi

Giselma Magalhães foi condenada a 22 anos e seis meses, mas vai aguardar o recurso em liberdade 

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Os irmãos Giselma Campos Magalhães e Kairon Vaufer Alves foram condenados, respectivamente, a 22 anos e seis meses e a 21 anos de prisão inicialmente em regime fechado pela morte do ex-diretor da Friboi, Humberto de Campos Magalhães, 43 anos, em dezembro de 2008. Giselma, ex-mulher de Humberto, foi condenada como a mandante do crime, com agravantes de motivo torpe e emboscada, mas irá aguardar o recurso em liberdade, amparada por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal. Kairon foi apontado como co-autor da morte, por ser considerado culpado ao contratar Osmar Gonzaga Lima (que cedeu a arma) e Paulo dos Santos, que atirou no empresário. Osmar e Paulo receberam penas de 20 anos de prisão cada um pelo homicídio, em julgamento anterior.

Durante os debates, a defesa insistiu na tese de que havia dúvidas sobre a participação de Giselma no crime. E justamente por isso, os jurados deveriam absolvê-la. Durante o julgamento ela negou, em todos os momentos, ter participação na morte de Humberto.

"A prova de que há dúvidas é a postura dos filhos de Giselma. Enquanto um culpa a mãe pela morte, o outro diz não acreditar que a mãe tenha envolvimento no crime", disse o advogado Mauro Nacif.

O promotor José Carlos Cosenzo, em sua fala, se apoiou nas investigações policiais para mostrar que Giselma arquitetou a morte do ex-marido por ciúmes, já que ele vivia com uma nova companheira, e para ter vantagens financeiras, já que o ex-marido tinha muitos bens em seu nome, adquiridos durante o casamento de cerca de 20 anos com ela.

A defesa de Kairon teve uma postura diferente, já que o réu é confesso. Pediu aos jurados que avaliassem a sua conduta e percebessem que ele foi induzido pela irmã de Giselma a participar do crime. O objetivo era diminuir a pena por uma eventual condenação.

Como foi o assassinato

Na noite do crime, Magalhães havia saído com seu Mercedes-Benz até a rua Alfenas, próximo à sua casa, após receber um telefonema - do telefone celular de seu filho - dizendo que ele teria passado mal e estaria ali. Um morador do local, em depoimento à polícia, disse que o executivo tocou a campainha de sua casa várias vezes. Quando atendeu, Magalhães contou a ele que tinha recebido uma ligação dizendo que seu filho estaria ali e havia uma criança chorando naquela casa - o que, segundo a polícia, seria uma espécie de senha combinada previamente com alguém.

O morador, que nada tinha a ver com o combinado, disse que não havia nenhuma criança chorando no local. Depois, observou o executivo caminhar até o carro, onde um motoqueiro o esperava. Após uma breve conversa com Magalhães, o motoqueiro atirou nele e fugiu. Na época, a polícia disse que a senha poderia ter sido uma armadilha dos bandidos para checar se a vítima estava com proteção policial.

O 5º Tribunal do Júri de São Paulo condenou Paulo dos Santos e Osmar Gonzaga Lima à pena de 20 anos de prisão em regime fechado.