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Bancários fecham mais de nove mil agências no país

Uma das reivindicações da categoria é um reajuste salarial de 11,93 %

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Nesta segunda-feira (23) a greve nacional dos bancários chega ao seu quinto dia e 9.015 agências bancárias e centros administrativos de bancos públicos e privados já aderiam à paralisação em todo o Brasil. Os dados são da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com base em informações dos 143 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários. Segundo a entidade, ainda não há previsão para o fim da greve, pois ainda não foram procurados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para novas negociações.

Iniciada na última quinta-feira (19), a paralisação em âmbito nacional dos bancários tem como reivindicações o reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real, além do previsto pela inflação anual; a maior participação da classe sobre os lucros do banco; e o fim do que os bancários chamam de “metas abusivas”, que são exigências mínimas de venda dos produtos do banco pelos funcionários. Os bancários também pedem piso salarial de R$ 2.860. 

Já a proposta dos bancos é de um reajuste salarial de 6,1 %, valor referente à reposição da inflação nos últimos 12 meses, sem alterações na forma de divisão dos lucros gerados pelo banco. A proposta dos banqueiros foi dada em reunião com os bancários no último dia 5 de setembro, antes do início da greve, mas foi negada ainda na mesa de negociações pelos bancários.

“Estamos aguardando o contato dos banqueiros para uma nova negociação, só que até agora não tem nada de novo, não nos chamaram para uma nova negociação. Estamos parados por tempo indeterminado a nível Brasil até que nos chamem para fazer uma nova proposta”, afirma o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf/RJ-ES), Nilton Damião Esperança, que compõe a mesa de negociações a nível nacional como representante dos bancários fluminenses e capixabas. Segundo dados da Fetraf/RJ-ES, apenas nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo são cerca de mil agências bancárias com os trabalhos paralisados.

Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), confirma que não há nenhuma rodada de negociação marcada. Em nota, a entidade diz que “aguarda posição do sindicado sobre a proposta global contendo reajuste salarial de 6,1%, que corrigirá salários, pisos e benefícios. Será mantida a mesma fórmula de participação nos lucros, com correção dos valores fixos e de tetos em 6,1%. Com isso, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.182,36 para jornadas de seis horas. Entre outros benefícios, estão previstos reajuste do auxílio refeição, que sobe para R$ 22,77 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 390,36 por mês, além da 13ª cesta no mesmo valor e auxílio-creche mensal de R$ 324,89 por filho até 6 anos”.

Como pagar contas

A Febraban lembra aos consumidores que durante o fechamento das agências bancárias para a greve dos bancários, há diferentes possibilidades para realizar as transações financeiras. Em nota, diz que o cliente “pode usar a internet, o banco por telefone, o aplicativo pelo celular”. Também afirma que os usuários podem optar pelos “caixas eletrônicos e rede 24 horas, que ficam disponíveis em supermercados, aeroportos, shoppings, lojas comerciais e centros comerciais, além dos correspondentes, que estão espalhados por todo o Brasil”. Os correspondentes em questão são supermercados, casas lotéricas e postos dos Correios.