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Ex-aluno da USP que invadiu campus a tiros deixa a prisão após 1 dia

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Um dia após se entregar à polícia, o ex-aluno da Universidade de São Paulo (USP) Alexandre José Coutinho da Rocha Lima deixou o Centro de Triagem de São Carlos na quinta-feira, beneficiado por um alvará de soltura expedido pela Justiça paulista. Alexandre teve a prisão temporária decretada no dia 3 de setembro, após invadir o campus de São Carlos da USP e ferir três pessoas ao efetuar disparos com uma arma de fogo, em agosto.

Alexandre invadiu o alojamento de estudantes da USP em São Carlos no dia 28 de agosto e agrediu com coronhadas um dos alunos que estava no local. Após a agressão, ele efetuou três disparos, que não acertaram ninguém. No momento dos tiros, outros dois alunos que estavam no alojamento saíram correndo e acabaram se machucando com vidros quebrados durante a fuga.

No dia 4 de março, o estudante envolvido na agressão teria sido vítima de abuso sexual durante o trote da universidade. Na ocasião, a USP informou que o aluno fez a denúncia à universidade e que "todas as ações e procedimentos pertinentes foram realizados pelos profissionais do setor, respeitando o sigilo próprio da atividade".

Ainda por comunicado, a instituição alegou que, "com o registro do Boletim de Ocorrência e a verificação de algumas incongruências dos relatos, o Presidente do Conselho Gestor do Campus acionou (no dia 14 de março) os setores competentes da Universidade para as providências cabíveis ao caso, tendo como decorrência, em primeira instância, a instauração de uma sindicância".

Em entrevista ao Jornal EPTV, o agressor afirmou que efetuou os disparos porque sofria bullying e ameaças de outros alunos da USP. "A violência lá dentro da universidade é uma coisa bastante descarada lá, bastante vulgar. A universidade, ela tem conhecimento disso e não toma providência, (é) bastante negligente e (esse) foi um dos motivos que me fez desistir da universidade. Foi o bullying e ameaças", afirmou o estudante.

O jovem afirmou ainda que era vítima de brincadeiras "sem graça" após a denúncia do suposto abuso. "Eu dei minha opinião lá sobre determinado assunto, e me disseram assim: 'estupra mas não mata', né? Foi por isso que eu fui me revoltando, né?"

Ainda segundo o estudante, os disparos foram efetuados acidentalmente. "Quando eu fui eu não pensei em atirar, eles que se movimentaram lá de uma forma que me assustou, eu peguei... Era muita gente, tinha umas quatro, cinco pessoas, então eu me assustei. (...) Fui dar uma coronhada para me defender e acabou da forma que eu bati, eu apertei e atirou, né?", relatou.