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Joaquim Barbosa ao New York Times: 'não sou candidato a nada'

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Apontado como possível candidato à Presidência da República nas eleições de 2014, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, 58 anos, negou que tenha essa pretensão. “Eu não sou candidato a nada”, disse Barbosa ao jornal norte-americano New York Times.

“Tenho um temperamento que não se adapta bem à política”, comentou o magistrado durante uma entrevista ao correspondente do periódico americano realizada em Brasília. “É porque eu falo o que vem à mente”, justificou Barbosa.

A reportagem assinada pelo jornalista Simon Romero lembra as polêmicas protagonizadas por Barbosa no STF. “Barbosa questionou outro ministro se ele estaria no tribunal se não tivesse sido nomeado por seu primo, ex-presidente cassado em 1992”, diz o texto, referindo-se ao ministro Marco Aurélio Mello, nomeado por Fernando Collor em 1990.

“Com outro ministro, que o repreendeu por seu tom, Barbosa disse que não era seu ‘capanga’, um termo que descreve um assassino contratado”, lembra o texto, sobre o bate-boca com o ministro Gilmar Mendes em 2009.

“Apesar de sua reconhecida falta de tato, ele é a força motriz por trás de uma série de decisões liberais (...) tornando a mais alta corte do Brasil - e ele em particular - em um poder político recente e objeto de fascínio popular”, diz o texto.

Na reportagem, Barbosa comenta a última polêmica com o colega Ricardo Lewandowski, durante a fase de análise dos recursos dos réus condenados no mensalão. O ministro acusou o colega de fazer “chicana”, um termo jurídico para definir manobras que atrasam um processo. "Sempre foi assim", disse, afirmando que os argumentos agora são apenas mais transparente, porque os trabalhos do STF são televisionados.

Ligando o trabalho do Tribunal à recente onda de protestos, Barbosa afirma que discordou fortemente da violência de alguns manifestantes, mas também disse que acredita que os movimentos de rua eram "um sinal de exuberância da democracia". "As pessoas não querem ficar passivas e observar esses arranjos da elite, que sempre foi a tradição brasileira", disse.