ASSINE
search button

Caso Mércia: vigia é condenado a 18 anos de prisão por ajudar Mizael

Compartilhar

O vigia Evandro Bezerra Silva foi considerado culpado nesta quarta-feira como cúmplice no assassinato da advogada Mércia Nakashima, morta em 23 de maio de 2010 em Nazaré Paulista (SP). O réu enfrentou júri popular durante três dias no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo, que decidiu acolher a tese da acusação de que Evandro participou e contribuiu com o ex-policial reformado Mizael Bispo, condenado a mais de 20 anos de cadeia em março deste ano, pela morte de Mércia.

Com a decisão dos jurados, a juíza Maria Gabriela Riscali sentenciou Evandro a uma pena de 18 anos e oito meses de reclusão, em regime inicialmente fechado. Ao ler a sua decisão, a magistrada se referiu ao crime como uma "covardia", alegando que o vigia tinha uma "culpabilidade gravíssima".

"Embora não tenha sido ele que tenha derrubado sangue da vítima, ele aderiu à ideia de Mizael Bispo", afirmou a magistrada, que atribuiu ao vigia a colaboração para a realização do crime por "ser um exímio conhecedor da região" de Nazaré Paulista. "Foi uma perda inestimável para os familiares, causando sofrimento intensificado a cada dia", lamentou a juíza.

O caso

A advogada Mércia Nakashima desapareceu no dia 23 de maio de 2010, após deixar a casa dos avós em Guarulhos, e foi encontrada morta no dia 11 de junho, em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. A perícia apontou que ela foi ferida a tiros, mas morreu por afogamento quando seu carro foi empurrado para a água.

Ex-namorado de Mércia, o policial militar reformado e advogado Mizael Bispo de Souza, 43 anos, foi apontado como principal suspeito pelo crime e denunciado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima). Em 14 de março deste ano, Mizael foi condenado a 20 anos de prisão pela morte de Mércia.

A Promotoria também denunciou o vigia Evandro Bezerra Silva, que teria o ajudado a fugir do local. Preso em Sergipe dias depois da morte de Mércia, Evandro afirmou ter ajudado Mizael a fugir, mas alegou posteriormente que foi obrigado a confessar a participação no crime, sob tortura.