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Estátua de Pelé é "amordaçada" na cidade natal do jogador   

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A estátua do ex-jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, em Três Corações (MG) - sua cidade natal - foi "amordaçada" durante protesto na quinta-feira. A manifestação, que se soma a outras que ocorreram em todo o País e com diversas reivindicações, teve cerca de 1 mil participantes, afirma a Polícia Militar. Segundo o IBGE, a cidade tem 72 mil habitantes.

Conforme o perfil "Fotos Históricas", onde uma fotografia da estátua foi divulgada, o cartaz pendurado na imagem de Pelé diz "Sou Tricordiano, mas Pelé não me representa". O "amordaçamento" seria em repúdio às declarações do ex-jogador divulgadas na internet nas quais afirma que os brasileiros devem deixar de lado as manifestações para apoiar a Seleção.

De acordo com a Polícia Militar, não ocorreu violência, nem depredação durante o protesto.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos emSão Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.