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SP: Movimento Passe Livre diz que só negocia revogação de aumento

Ativistas se negam a negociar trajeto da passeata desta tarde

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Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), que encabeça os protestos contra o aumento da tarifa de transporte público em São Paulo, afirmaram na manhã desta segunda-feira que só estão dispostos a negociar a revogação do reajuste. "Só negociamos uma pauta, que é a revogação do aumento. Ainda que o ato tenha tomado outra amplitude por diversas razões", disse a técnica em museologia Érica de Oliveira, que participa do movimento.

"A gente não pode negociar menos do que isso. Negociar algo diferente do que a população quer seria uma traição", disse Caio Martins, estudante de história. O grupo concedeu uma entrevista coletiva na capital paulista e falou sobre as condições de diálogo com as autoridades. Os integrantes do MPL afirmaram que o controle da situação está nas mãos do prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O movimento afirmou que não será possível definir previamente um trajeto para a passeata marcada para a tarde desta segunda-feira. A Secretaria Estadual de Segurança Pública havia proposto uma reunião para que o roteiro ficasse agendado. A marcha de hoje terá como ponto de partida o Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo.

"A negociação tem de ser feita na hora. Não somos donos das manifestações. Só dá para ter uma definição com uma avaliação do público presente", disse Caio Martins. "Estamos abertos ao diálogo. Queremos discutir questões simples, como a garantia de não repressão à manifestação. Os atos são muito maiores do que o movimento", afirmou.

Para o estudante, a discussão tem de ser outra. "O que deve ser discutido não é por onde a gente vai passar, mas onde a gente quer chegar, que é a revogação imediata do aumento da tarifa", disse Caio.

Érica lembra que o movimento é diferente das manifestações de rua. "Temos trabalho cotidiano desde 2005, que luta contra os aumentos. Vinte centavos pesam, sim. São mais pessoas que deixam de utilizar o transporte urbano. Nas manifestações, incorporam-se entidades de classe e a população. A dimensão que os atos tomaram foi mais por uma revolta popular do que pelo movimento. Somos muito mais do que os atos de rua", disse ela.

Para o professor Rafael Siqueira, o movimento é totalmente pacífico e contra atos de violência. "Não estimulamos e não fazemos qualquer ato de vandalismo. Para quem acompanhou os atos de perto, aconteceram em resposta à violência policial. Quem estava nos atos viu isso. O movimento é pacífico e é direito constitucional se manifestar nas ruas", disse ele.