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Protestos e violência policial ganham destaque na imprensa internacional

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Os protestos contra o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo e no resto do Brasil, os confrontos entre manifestantes e a polícia e a violenta repressão policial ganharam destaque na imprensa internacional.

As principais publicações do mundo publicaram reportagens explicando os motivos dos protestos, os impactos econômicos do aumento das tarifas de ônibus e a reação das forças de segurança.

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O blog de fotografia da rede norte-americana NBC publicou uma série de imagens marcantes dos protestos no Brasil. A principal fotografia, tirada no Rio de Janeiro, mostra um casal abraçado no chão enquanto a polícia avança contra os manifestantes.

A rede de TV norte-americana CNN publicou uma reportagem em seu site em que diz que “pela primeira vez nesta série de protestos, São Paulo enviou sua tropa de choque”.

"Manifestantes disseram que nenhum aviso foi dado antes de gás lacrimogênio e balas serem usados. Uma equipe da CNN também não ouviu nenhum alerta ou pedido para parar antes de as medidas serem acionadas".

O Jornal norte-americano Los Angeles Times publicou uma foto da repressão policial às manifestações em São Paulo. 

“A polícia usou gás lacrimogênio e balas de borracha na noite de quinta-feira para dispersar milhares de manifestantes em São Paulo que cantavam ‘O amor acabou – a Turquia é aqui’, antes de fugir da violência das forças da lei”, diz o jornal.

A agência italiana Ansa também destacou que pelo menos 55 pessoas ficaram feridas e 160 foram presas. 

Já a página Courrier International, do jornal francês Le Monde, destacou que os preços do transporte público no país são muito altos.

E o comitê internacional de proteção dos jornalistas publicou um comunicado condenando a violência contra profissionais da imprensa em São Paulo.

O repórter do Terra Vagner Magalhães levou um golpe de cassetete de um policial militar enquanto cobria o protesto desta quinta-feira contra o aumento no preço da passagem do transporte público em São Paulo. O jornalista foi agredido no braço, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Além dele, o repórter Piero Locatelli, da revista CartaCapital também foi detido. Segundo a publicação, ele foi preso enquanto fazia a cobertura das manifestações. 

O repórter do jornal Metro Henrique Beirang foi atingido por um jato de spray de pimenta, enquanto cobria a manifestação. “Jogaram spray de pimenta de forma aleatória contra os jornalistas. Isso é um absurdo. A gente está aqui trabalhando”, protestou. 

O jornal Folha de S.Paulo anunciou que seis repórteres da empresa foram atingidos e dois levaram tiros de balas de borracha no rosto, durante o protesto. Segundo o veículo, os jornalistas atingidos com tiros são Giuliana Vallone e Fábio Braga. Um fotógrafo da agência Futura Press também levou um tiro de bala de borracha no olho esquerdo e dificilmente recuperará a visão.

O portal americano de economia Bloomberg destacou que os protestos que se tornaram violentos começaram por causa do aumento nas passagens, que “esvaziam ainda mais as carteiras que sofrem com o baixo crescimento econômico e inflação de 6,5%”.