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Para ministro da Justiça houve abuso policial em São Paulo

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, avaliou como inaceitáveis a ação da Polícia Militar em São Paulo na contenção de protestos na noite de quinta-feira contra aumento na tarifa de ônibus. Ele evitou, no entanto, rebater a posição do governador Geraldo Alckmin, que defendeu mais cedo a atuação policial.

“Na noite de ontem nós tivemos uma situação que evidentemente não podemos aceitar. Para mim, do que vi de imagens do que vi de informações houve sim uma situ de violência policial que também considero inaceitáveis”, afirmou o ministro em entrevista coletiva.

Em entrevista no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin atribuiu a um movimento político nos atos de “vandalismo e violência” por parte dos manifestantes. Ele afirmou ainda que afirmou que a polícia sempre trabalha para defender os manifestantes. 

“Eu não posso e não devo tecer qualquer polêmica em relação a qualquer governador”, afirmou o ministro. Cardozo elogiou a postura da Secretaria de Segurança Pública paulista que decidiu abrir um processo de investigação para identificar abuso policial. 

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em verdadeiros cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, vários jornalistas que cobriam o protesto foram detidos, ameaçados ou agredidos.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.

Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota. 

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.