O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta quarta-feira (12/6) que “dispensou” de suas funções a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, porque “o relacionamento institucional” entre o chefe do Ministério Público e o subchefe (no caso, Deborah Duprat) “pressupõe, e eu diria que até impõe, uma sintonia de conduta que aquele episódio evidenciou que já não era suficiente”.
“Aquele episódio” referido por Gurgel foi o fato de ter ela – como sua substituta eventual – ter defendido, na sessão plenária do STF do último dia 5, posição oposta à que ele já tinha firmado no julgamento do mandado de segurança do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) contra o projeto de lei em tramitação no Congresso que restringe a criação de novos partidos.
“Foi por isso que, no gozo da minha atribuição, sem qualquer restrição pessoal à Dra. Deborah, vi que não poderia mais manter esse convívio na condição de procurador-geral e vice-procurador-geral, já que aquela posição oferecida nos autos (do mandado de segurança) era do procurador-geral. O episódio revelou que não havia mais sintonia ou afinidade para o relacionamento institucional”, acrescentou o chefe do Ministério Público.
Gurgel não vê nenhuma relação entre a atitude inédita da ex-vice-procuradora-geral da República e o fato de ela ter sido incluída na lista tríplice - apurada em votação pela Associação Nacional dos Procuradores da República (Anpr) – que foi enviada à presidente Dilma Rousseff para a indicação do sucessor do atual procurador-geral, cujo mandato termina em agosto. Deborah Duprat ficou em terceiro lugar na lista tríplice, depois dos subprocuradores-gerais Rodrigo Janot e Ela Wiecko.
Roberto Gurgel disse que não tem candidato à sua sucessão, esperando, apenas, que a presidente Dilma Rousseff escolha um dos três indicados pela Anpr. E que não tem nenhuma “restrição pessoal” à colega Deborah Duprat, “com quem sempre tive boa relação”.