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PM diz que PC foi morto por Suzana Marcolino   

Adeildo Costa dos Santos trabalhava na segurança de PC

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O policial militar Adeildo Costa dos Santos, 51 anos, trabalhava como segurança de Paulo César Farias quando o empresário e ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello à Presidência da República foi morto, em 23 de junho de 1996. Primeiro réu a depor no julgamento dele e de Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva - seguranças de PC na época -, Adeildo afirmou que acredita que Suzana Marcolino matou o empresário e cometeu suicídio depois.

Ele falou ao juiz Maurício Breda que estava trabalhando na casa de praia de PC Farias na noite que antecedeu o crime e que não ouviu barulhos de disparos de armas. "Jamais eu ia imaginar que uma coisa daquela aconteceria ali naquela casa", disse o policial. Adeildo relatou que PC Farias viajava muito, gostava de beber e tinha um relacionamento "normal" com a mulher, Elma Farias.

Já sobre o relacionamento de PC Farias com o irmão, Augusto Farias, o PM disse que os dois não andavam tão juntos e que as visitas não eram frequentes. A Promotoria e a defesa não quiseram fazer perguntas ao réu.

O crime

Os PMs trabalhavam como seguranças de PC Farias e são acusados de homicídio qualificado por omissão. Paulo César Farias e Suzana Marcolino foram assassinados na madrugada do dia 23 de junho de 1996, em uma casa de praia em Guaxuma. À época, o empresário respondia a vários processos e estava em liberdade condicional. Ele era acusado dos crimes de sonegação de impostos, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito. A morte de PC Farias chegou a ser investigada como queima de arquivo, já que a polícia suspeitou que o ex-tesoureiro poderia revelar nomes de outras pessoas que teriam participação nos mesmos ilícitos.

Entretanto, a primeira versão do caso, que foi apresentada pelo delegado Cícero Torres e pelo legista Badan Palhares, apontou para crime passional. Suzana teria assassinado o namorado e, na sequência, tirado a própria vida. A versão foi contestada pelo médico George Sanguinetti, que descartou tal possibilidade e, mais tarde, novamente questionada por uma equipe de peritos convocados para atuar no caso. Os profissionais forneceram à polícia um contralaudo que comprovaria a impossibilidade, de acordo com a posição dos projéteis, da tese de homicídio seguido de suicídio.