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Joaquim Barbosa recebe Grande Colar da Inconfidência Mineira em Ouro Preto (MG)

Ministro do STF foi homenageado ao lado de Aécio Neves e Anastasia

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Com a participação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, foi realizada na manhã deste domingo (21), na Praça Tiradentes, no centro histórico de Ouro Preto (MG), a cerimônia de entrega da medalha da Inconfidência Mineira, comemorada hoje. Durante a solenidade, Barbosa, mineiro de Paracatu e que neste ano foi o orador oficial do ato, recebeu do governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), acompanhados pelo senador e ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB), o Grande Colar, considerada a mais alta condecoração do estado. 

A participação e o discurso de Barbosa no evento em Minas Gerais foram antecipados pelo Jornal do Brasil no último domingo (14).

>> A histórica homenagem a Tiradentes

A cerimônia de entrega das Medalhas da Inconfidência é realizada todo 21 de abril desde 1952, quando foi criada pelo então governador mineiro Juscelino Kubitscheck, e homenageia pessoas que prestaram relevantes serviços para Minas Gerias.

Neste ano, além de Joaquim Barbosa, outras personalidades receberam de Anastasia as medalhas, dentre eles, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, e o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. A ministra Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, também estava na lista, mas não compareceu, assim como a também ministra do STF Rosa Maria Weber. Já o ex-governador de Minas e atual senador Aécio Neves (PSDB), mesmo não sendo um dos condecorados, esteve na cerimônia e ficou por todo tempo sentado na cadeira ao lado de Barbosa.

Evitando tocar em assuntos como mensalão, o presidente da mais alta corte do Brasil fez um discurso rápido de cerca de dez minutos e deu ênfase à importância histórica de Tiradentes, ressaltando os princípios de liberdade.

“É um imenso prazer retornar a Minas Gerais, minha terra natal, e uma grande honra para mim poder participar desta solenidade que rememora e dignifica o legado de Tiradentes e da luta pela independência de nosso País. Agradeço ao Excelentíssimo Senhor Governador Antonio Anastasia pelo prestigioso convite para estar aqui presente, e ter a oportunidade de prestar homenagem, nesta data histórica, àqueles que lutaram em prol da liberdade, em época sabidamente sombria, se comparada ao ambiente de plena liberdade hoje prevalecente no nosso país”, destacou Joaquim Barbosa.

Segundo Barbosa, a luta pela liberdade de Tiradentes, mesmo que tardia, gerou frutos e nos dias atuais a liberdade é assegurada pelo Constituição Federal, “que consagrou o estado democrático de direito e fortaleceu as instituições republicanas brasileiras. Mais que isso: liberdade e igualdade, dois dos pilares da nossa organização sócio-política, são hoje os fatores-chave que nos colocam entre as mais sólidas democracias do hemisfério ocidental”, afirmou o ministro do STF.

Joaquim Barbosa chegou à Praça Tiradentes acompanhado do governador de Minas, Anastasia, e, juntos, receberam as honras militares e realizaram uma revista à tropa da Guarda de Honra da Polícia Militar de Minas Gerais, formada por cadetes.

Durante seu discurso, o governador Anastasia agradeceu e elogiou muito a presença do presidente do STF, que segundo ele ilustra os caminhos da “alma mineira”.

“Ao receber Vossa Excelência em nossa indomável Vila Rica de Ouro Preto, quero lembrar a personalidade de alguns dos ilustres mineiros, já acolhidos pela Eternidade, e que o antecederam na presidência do mais alto tribunal brasileiro”, disse Anastasia.

Ao fim da solenidade, o ex-governador de Minas Aécio Neves falou rapidamente com os jornalistas e ressaltou que a presença de Joaquim Barbosa, que condenou seus rivais petistas no processo do mensalão, ao lado dos tucanos não se trata de estratégia política.

“Não é nenhum ato político, é uma honra tê-lo como conterrâneo e estou honrado de estar ao seu lado”, afirmou Aécio.

“Fora Anastasia”

Enquanto a entrega das medalhas ocorria na Praça Tiradentes, um protesto de cerca de 50 servidores da educação e saúde de Minas Gerais ocorreu na Rua Cláudio Manoel, que dá acesso à praça. Eles não puderam acompanhar a solenidade, que estava fechada ao público e, por isso, ficaram na grade que limitava o isolamento.

Os manifestantes gritavam “Liberdade “, “Pátria Livre” e Fora Anastasia”. Uma faixa do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) dizia: “Servidores da saúde exigem o fim da judicialização nas lutas dos servidores da Minas Gerais. Quando as músicas da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais não soavam na Praça Tiradentes, podiam ser ouvidos os barulhos dos apitos e cornetas vindos do protesto.

*Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil