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Promotor do caso Bruno nega possibilidade de anulação do julgamento

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O promotor Henry Vasconcelos, que cuida da acusação do goleiro Bruno, pela morte da sua ex-amante Eliza Samúdio, negou a possibilidade de anulação do julgamento do jogador, devido à prisão de uma das juradas do processo por suspeita de tráfico de drogas, no dia 5 de abril.

Segundo o promotor, a jurada, que não teve o nome revelado, não tinha antecedentes criminais na época do julgamento. Além disso, ela ainda não pode ser enquadrada como traficante, já que não foi presa em flagrante.

Ontem, o advogado Tiago Lenoir, que defende Bruno e a ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues, chegou a afirmar que o julgamento podia ser anulado. Segundo ele, a jurada foi detida no dia 5 de abril, após o recebimento de uma denúncia anônima pela polícia, dizendo que ela tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

Ao chegar ao bar onde a mulher trabalha, policiais encontraram seis pinos de cocaína e uma lista de supostos usuários de drogas. A suspeita chegou a ser encaminhada para a delegacia, mas foi liberada, já que não houve flagrante. “Eu espero que a Polícia Civil investigue essa denúncia, pois ela é muito grave. Se a jurada realmente estava envolvida com o tráfico de drogas na época do crime, isso pode acarretar na nulidade absoluta do julgamento”, declarou Tiago Lenoir.

“Eu recebi essa notícia com espanto. O que posso fazer agora é aguardar as investigações da polícia e do Ministério Público”, disse o advogado. Segundo a denúncia anônima, o bar era utilizado como ponto de venda de drogas. A polícia investiga se existe realmente um envolvimento da mulher com o comércio de cocaína. 

O caso Bruno

 Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves. 

 No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.  

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.  

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.