O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foi recebido nesta sexta feira (22) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede do Instituto Lula, em São Paulo. Alves afirmou, após o encontro, que "naturalmente" o posto de vice na chapa da presidente Dilma Rousseff continuará com o PMDB em 2014, na figura do vice-presidente, Michel Temer. E que esse cenário é chancelado pelo líder petista.
"A relação Dilma e Michel [Temer], a meu ver, é uma coisa consolidada, resolvida. Senti claramente isso hoje nas palavras do presidente Lula e da presidenta Dilma também. Do PMDB, nem se fala, Michel é unanimidade no partido", disse o peemedebista.
Alves desconsiderou qualquer possibilidade de o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ocupar a vaga de Temer na campanha do próximo ano. Lula estaria articulando para que o PT abrisse mão da candidatura ao governo de São Paulo para apoiar um peemedebista. Em contrapartida, a vaga de vice de Dilma ficaria com Campos.
O presidente da Câmara, porém, negou a tese, e disse que Lula terá uma reunião com Temer "nos próximos dias". "Lula foi muito afirmativo de que essa aliança, PT-PMDB, pelo seu êxito, deve continuar, deve perdurar, deve se manter [...] Queremos que o PSB e o governador Eduardo Campos continuem participando do governo", declarou Alves.
O ex-presidente telefonou para o peemedebista logo após a eleição para a presidência da Câmara, no início de fevereiro, e marcou um café entre ambos assim que Alves viajasse à capital paulista. O presidente da Câmara chegou ao Instituto Lula às 14h30 desta sexta-feira (22) e a reunião durou duas horas.
Henrique Eduardo Alves disse que a questão dos mandatos dos deputados condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do Mensalão, "não entrou na pauta" durante o encontro com Lula.