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'The Economist' ataca política brasileira

Jornal londrino faz acusações a Renan Calheiros e critica sua eleição no Senado 

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O artigo Unstoppable (Imparável), publicado no jornal londrino The Economist de quinta-feira (14), ataca de forma pesada a política brasileira, destacando principalmente a recente eleição do senador Renan Calheiros para a Presidência da Casa. O texto começa citando a afirmação que consta na petição online pedindo o impeachment do presidente do Senado, Renan Calheiros - "Brasileiros, vocês acabam de ser feitos de palhaços!". O texto segue dizendo que tal petição reuniu 1,36 milhão  de assinaturas, o que daria o direito de apresentar a demanda ao Congresso, "no entanto, os organizadores precisarão esperar até o dia 19 de fevereiro para tal: enquanto outros brasileiros recebem três dias de folga por conta do Carnaval, o Judiciário goza de duas semanas inteiras", ironiza.

The Economist destaca que Calheiros foi presidente do senado entre 2005 e 2007 e que renunciou depois de enfrentar acusações. O jornal cita ainda fatos não comprovados e que deverão causar grande impacto entre os parlamentares. 

De acordo com o jornal, a presidente Dilma Rousseff tomou uma linha dura no passado, afastando ministros acusados de corrupção, mas que seu Partido dos Trabalhadores (PT) "está irritado com o que entende como perseguição: o julgamento do mensalão no ano passado terminou com vários de seus membros recebendo inesperadas duras penas."

Ainda de acordo com o artigo, "Calheiros é o último exemplo de bem consolidado fenômeno brasileiro: os políticos que sobrevivem a incontáveis escândalos aparentemente inaceitáveis". E cita os casos de Paulo Maluf, culpado por superfaturamento e recepção de propina na década de 90, e José Genoino e Francisco Tenório, que apesar de terem sido condenados, voltaram a ocupar cargos públicos.  

The Economist segue com os ataques afirmando que, o próximo turno de eleições, em 2014, "deve ver alguns dos corruptos serem despachados do Congresso. Mas o atraso trouxe o desprestígio sobre as instituições políticas. Uma pesquisa recente apontou que, pela primeira vez desde o retorno da democracia em 1988, apenas uma minoria de brasileiros apoia algum partido político."

O jornal afirma ainda que muitos brasileiros atribuem as firmes condenações do mensalão, em parte, ao fato de que o julgamento foi transmitido ao vivo por televisão, "e transformou em herói o presidente da suprema corte, Joaquim Barbosa, que puxou seus colegas juízes à sua linha dura."  O artigo termina afirmando que "brasileiros ainda têm esperança de que os zumbis da política possam ser colocados para descansar."