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Aos gritos de 'justiça', jovens cobram poder público por tragédia

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Muita emoção e pedidos de justiça marcaram o protesto de estudantes nesta terça-feira em Santa Maria (RS). Amigos dos jovens que morreram no incêndio na Boate Kiss organizaram pelas redes sociais a manifestação que saiu da Câmara de Vereadores da cidade, passou pela delegacia que cuida das investigações e foi até a prefeitura.

Acusando as autoridades e especialmente a prefeitura de omissão, os estudantes cobraram investigação transparente, punição rigorosa para os culpados e a construção de um memorial em homenagem aos mortos no lugar onde hoje existe o prédio destruído da boate.

A organização do protesto começou com uma mensagem indignada do estudante Pablo Bizzi Mahmud, 19 anos, que postou em uma rede social um texto cobrando a responsabilização do poder público pelo acidente. "Quando vi que os sócios da boate e os integrantes da banda tinham sido presos, publiquei que o poder público também devia ser punido. Eles têm que responder por essa tragédia. Quanto tempo vamos precisar esperar para ver o poder público agir e evitar esse tipo de coisa?", cobrou o estudante.

Ao longo do percurso, diversas pessoas deram depoimentos em que lamentavam a perda de amigos, parentes e colegas de universidade. A professora Luciana Montemezzo, do curso de Letras da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), lembrou dos colegas que lecionam no curso de Agronomia, que reúne a maior quantidade de mortos. "Como professora da UFSM, eu perdi alunos e filhos de alunos. Fico pensando nos meus colegas da Agronomia, que perderam mais de 20 alunos em uma turma de 40", disse.