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Forças Armadas: instituição mais confiável para brasileiro 

Congresso e partidos ficam em último lugar na pesquisa 

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Graças a atuação dos políticos brasileiros, após quase 30 anos do fim da ditadura militar, as Forças Armadas brasileiras são apontadas pela população como a instituição mais confiável, com 75% de citações. Os partidos políticos aparecem no último lugar (12º) - citados por apenas 7% dos entrevistados. São imediatamente antecedidos pelo Congresso Nacional.

O levantamento faz parte da pesquisa Índice de Confiança na Justiça no Brasil (ICJ-Brasil), realizada pelo departamento de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de São Paulo. Deram sua opinião 1.301 pessoas entre abril e setembro de 2012.

Entre as 12 instituições citadas espontaneamente pelos entrevistados como as mais confiáveis, a Igreja Católica aparece na segunda colocação.Em terceiro lugar surge o Ministério Público, como instituição, sem nenhuma especificação, isto, se Federal ou de algum estado da federação.

A imprensa escrita, que outrora tinha papel de destaque em levantamentos como este, ficou em quinto lugar, logo depois das "grandes empresas" e uma posição antes do Governo Federal. A Polícia - também sem qualquer especificação - ficou um degrau acima do Poder Judiciário, apesar de toda a publicidade ocorrida este ano com o julgamento do Mensalão.

Nos quatro últimos lugares aparecem as emissoras de televisão, os "vizinhos", o Congresso Nacional e os Partidos Políticos.

Confiança baixa no Judiciário

A pesquisa foi realizado em oito estados brasileiros – Amazonas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal -, revelou ainda que, em uma escala de 0 a 10, o Índice de Confiança na Justiça, entre o segundo e o terceiro semestres de 2012, é de 5,5 pontos. Ou seja, um pouco mais do que a metade dos entrevistados confia no Poder Judiciário.

Dos 3.301 entrevistados, 71% afirmaram que aceitariam, caso necessário, realizar acordos extra-judiciais, ou seja, reconhecidos pelo Judiciário, mas não decidido por um juiz de direito. De acordo com a pesquisa, ficou constatado que, desses 71%, a maioria são jovens, entre 18 e 35 anos, com alta renda e escolaridade e já tiveram experiências passadas em ações na Justiça.

As informações são obtidas através de contato telefônico durante o período de três meses. As respostas dos questionários são preenchidas em ambiente web por um pesquisador do Direito da FGV e encaminhadas para importação em sistema próprio de cálculo e apuração dos resultados.

Procon pouco utilizado

Em relação aos mecanismos alternativos de resolução de conflitos, o ICJ-Brasil constatou que quase a totalidade (95 %) dos entrevistados conhece os serviços do Procon. No entanto, ele não é muito acionado pelas pessoas. Apenas 21 % afirmaram já ter recorrido à instituição. Quanto maior a escolaridade e renda, maior é a utilização do órgão de defesa ao consumidor.

Os conflitos relacionados ao direito do consumidor, ainda de acordo com a pesquisa, são os responsáveis por levar mais pessoas ao judiciário, como relataram 34 % dos entrevistados. Ações referentes à questões trabalhista (24 %) e de família (21 %) ficam em segundo plano neste quesito.

*Do Programa de Estágio doJornal do Brasil