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Hospital da USP há 12 dias não conserta ar-condicionado para transplantados 

Problema continua sem solução apesar das promessas do vice-governador Afif Domingues

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Decorridos 12 dias desde que o problema foi detectado, o maior hospital da América Latina, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), não conseguiu resolver os problemas na refrigeração do 8º andar do seu Instituto Central onde funciona o departamento de Hematologia, no qual estão internados pacientes com leucemia.

Com isto, doentes que necessitam isolamento para evitar contaminação são obrigados a permanecerem nos quartos com as janelas escancaradas para aliviarem o intenso calor e desconforto, como ocorreu na manhã deste sábado (29). Os leitos do 8º andar estão há 12 dias sem ar condicionado, segundo parentes ouvidos pelo Jornal do Brasil. Procurados, representantes da administração da unidade de saúde não foram encontrados, neste fim de semana prolongado, para esclarecer as causas do problema.

"Se para uma pessoa que não está internada, nem fez transplante há dificuldade de dormir neste calorão que está fazendo em São Paulo, imagine quem está em recuperação? É necessário o mínimo de conforto para os pacientes que fazem tratamento", reclamou o parente de uma paciente de transplante de medula óssea. "Os pacientes sofrem muito com enjoo e depois do transplante devem permanecer pelo menos um mês no hospital. Necessitam do mínimo de conforto", acrescentou. 

Uma enfermeira do mesmo departamento que preferiu não se identificar contou ao JB, por telefone, que o ar refrigerado foi religado na manhã deste sábado, mas que parecia estar fraco. Por isso, segundo ela, a impressão de alguns pacientes de que a refrigeração permanece sem funcionar. Alguns quartos da enfermaria, compartilhados para dois pacientes, tiveram suas janelas abertas para aumentar a ventilação e diminuir o incômodo.

Para evitar contaminação, familiares dos pacientes não podem levar ventiladores nem ar condicionado para a unidade de saúde. 

Peça quebrada

Indignado com a situação dos pacientes, o pai de uma das internadas acionou a ouvidoria do Hospital das Clínicas. Lá, segundo ele, ficou sabendo que o problema teria sido ocasionado por uma peça quebrada que precisa ser substituída. Até agora o pai ainda não teve resposta da reclamação nem informações de quando a peça será reposta, apesar de se encontrar no maior - e mais industrializado - estado da Federação. 

Na quinta-feira, amigos de pacientes recorreram ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingues (PSD) e ao diretor do HC e do Instituto do Coração, Roberto Kalil, em busca de providências. O próprio Afif Domingues, no mesmo dia, retornou informando que o ar-condicionado havia sido providenciado e que na noite daquele mesmo dia tudo estaria resolvido. Isto não aconteceu.

Nota

Na última sexta-feira (28), também a assessoria do hospital enviou comunicado ao JB informando que a falta de ar condicionado não está comprometendo o tratamento e recuperação dos pacientes. A assessoria dizia ainda que "a equipe de manutenção foi acionada e a peça está sendo substituída". Segundo documento, o trabalho seria concluído na noite de quinta. 

"Há aparelhos de ar condicionado espalhados por todo o complexo hospitalar do HC, todos em funcionamento. O HC esclarece, ainda, que nenhum dos pacientes do setor em questão teve seu atendimento médico prejudicado", diz trecho da nota. O problema, porém, persistia na tarde deste sábado, sem que nenhum responsável fosse encontrado para explicar os motivos de o andar continuar sem refrigeração.