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Greve dos Correios deve durar, no mínimo, até outubro

Dissídio da ECT só deve ser julgado pelo TST no mês que vem

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A greve dos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que já fez a estatal suspender, em algumas regiões, serviços prestados com hora marcada, entre eles o Sedex 10, o Sedex Hoje e o Disque-Coleta, deve acabar apenas em outubro. Isso por que o dissídio coletivo dos trabalhadores da ECT só deve ser julgado no começo do mês que vem, data prevista para a próxima reunião ordinária da Sessão Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Apenas uma convocação extraordinária do SDC faria a questão ser julgada ainda em setembro.

Diante deste cenário, a tendência é que o movimento grevista siga à toda. Apenas o estado do Rio de Janeiro e a cidade de São Paulo, onde os funcionários cruzaram os braços, respondem por 68% das encomendas diárias registradas pela estatal.

De acordo com nota da ECT, "no segundo dia de paralisação, 91% dos trabalhadores continuaram trabalhando normalmente. Dos 120 mil trabalhadores da empresa, 10.438 aderiram à paralisação. A aferição de presença é feita por meio de sistema eletrônico de ponto. Da carga diária, 76% está sendo entregue no prazo, o que equivale a 27 milhões de cartas e encomendas — o restante pode ter atraso de até um dia", diz o comunicado. "Para garantir a entrega de cartas e encomendas à população, a empresa está adotando medidas como realocação de empregados das áreas administrativas, contratação de trabalhadores temporários, realização de horas extras e mutirões nos finais de semana."

Os funcionários dos Correios pedem de 43,7%, o que cobriria a inflação acumulada desde o início do Plano Real, além de aumento linear de R$ 200, tíquete-alimentação de R$ 35 e a contratação de 30 mil trabalhadores, entre outros pontos. A estatal oferece reajuste salarial de 5,2%, alíquota que cobriria a inflação dos últimos 12 meses.

Bancários

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, avalia que a paralisação dos bancários deverá ganhar força nos próximos dias.

No segundo segundo dia de greve, a Contraf contabilizou 7.324 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados fechados, o que corresponde a 33,3% do total (21.713). Na terça-feira (18), primeiro dia da paralisação, 5.132 agências ficaram fechadas.

“A cada dia de silêncio da Fenaban [Federação Nacional dos Bancos] a greve será maior do que no dia anterior”, disse Cordeiro.

Segundo ele, está prevista para amanhã (21), em São Paulo, uma reunião do comando de greve para definir estratégias de ampliação do movimento.

No último dia 12, a categoria rejeitou a proposta dos banqueiros de reajuste de 6% (0,58% de aumento real) e decidiu entrar em greve na terça-feira (18). Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%), piso salarial de R$ 2.416,38 (atualmente é R$ 1,4 mil), participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 4.961,25 fixos, plano de cargos e salários, elevação para R$ 622 nos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da décima terceira cesta-alimentação, além da criação do décimo terceiro auxílio-refeição.

Em nota, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) lamentou a decisão dos sindicatos dos bancários de recorrer à greve, mas não deu sinalização quanto ao atendimento das reivindicações dos grevistas. 

Como pagar as contas

A Fenaban orienta os clientes a fazerem pagamentos de contas e tributos em caixas eletrônicos, centrais de atendimento, correspondentes bancários ou pela internet.