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Mensalão: PGR diz que Marcos Valério é um “jogador” 

Gurgel afirma que denúncias contra Lula não interferem no julgamento em curso da Ação Penal 470 

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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou, nesta segunda-feira, que o publicitário Marcos Valério — um dos principais réus da ação penal do mensalão — é “um jogador”, e que sua suposta tentativa de comprometer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o “verdadeiro chefe” do esquema criminoso, “em nada interfere neste julgamento”. O chefe do Ministério Público admitiu, no entanto, que “a partir daí pode surgir, eventualmente, material para a instauração de um outro inquérito”.

As declarações foram feitas por Gurgel quando de sua chegada ao Supremo Tribunal Federal para participar da continuação do julgamento da Ação Penal 470. Ele disse também esperar que “continuemos com o acolhimento da acusação feita pelo Ministério Público”.

Quanto às notícias de que Valério guardou vídeos que incriminariam decisivamente o ex-presidente Lula como o “verdadeiro chefe” do esquema do mensalão, o procurador-geral foi cauteloso: “Olha, a gente tem de ver esse tipo de declaração no momento em que ocorre, num momento em que, aparentemente, o réu se ressente das condenações que já sofreu. A gente precisa tomar muito cuidado”.

Indagado se as provas anunciadas seriam importantes para a abertura de novo inquérito — paralelamente à ação penal em julgamento — Roberto Gurgel respondeu: “Em primeiro lugar, é claro que não interferem neste julgamento. Vamos ver como as coisas se desenrolam. É preciso ver que tipo de jogo é esse. A grande prioridade, no momento, é a conclusão desse julgamento (da ação penal do mensalão). Concluído o julgamento, a gente vai então examinar esses aspectos. Não é bom misturar as coisas”.

Depois de admitir, em tese, que eventuais acusações contra o ex-presidente Lula que venham a ser divulgadas por Marcos Valério devem ser examinadas, o procurador-geral disse que um eventual novo inquérito a partir de fatos novos tendo como alvo o ex-presidente teria de ser aberto na primeira instância do Judiciário.