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Beijo gay em programa eleitoral tem amparo na lei, diz jurista 

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Antes de atirar pedras de moralismo estéril, deveria a sociedade reexaminar seus preconceitos e ter em mente que o ordenamento jurídico brasileiro se constitui como instância protetora, e não censora moral das escolhas dos modelos de relações afetivas dos cidadãos. A afirmação é do doutor em direito constitucional e especialista em direito eleitoral Erick Wilson Pereira ao comentar a decisão do candidato do Psol a prefeito de Joinville (SC), Leonel Camasão, que usou um beijo gay entre dois homens no programa eleitoral gratuito. 

A quebra da barreira sexual marcou posição pelo respeito à diversidade e trouxe o assunto para o centro da campanha eleitoral, causando reação em setores conservadores daquela cidade catarinense.

O jurista considera razoável confiar que o debate acerca da inserção, aceitação e das repercussões sociais de modelos familiares atípicos, aponte fronteiras que a sociedade pretende fixar em relação à proteção jurídica do Estado. "Nesses tempos em que muitos recusam as diferenças ou fingem não ver o que salta à vista, não custa lembrar o que disse o notável jurista francês George Ripert: "quando o Direito ignora a realidade, a realidade se vinga, ignorando o Direito".

Ao justificar a inserção do beijo gay no seu programa eleitoral, o candidato a prefeito de Joinville afirmou que o "Psol tem na cidade uma trajetória na questão LGBT, muitos filiados do partido participam do movimento. Como já existia essa peça publicitária, que foi utilizada na campanha do Plínio para presidente, em 2010, decidimos reaproveitar essa peça", afirmou Camasão.