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Paralisação de médicos em SP deve afetar clientes de mais de 700 convênios 

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A interrupção do atendimento dos médicos paulistas aos planos de saúde nesta quinta-feira vai afetar beneficiários de 788 operadoras de planos de saúde. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), este é o número de empresas que operam em todo o Estado e das quais os clientes podem encontrar dificuldades para conseguir passar por consultas hoje - dia escolhido pelos profissionais para manifestarem contra as operadoras.

A paralisação de um dia foi definida em assembleia em 9 de agosto e, segundo a Associação Paulista de Medicina (APM), a expectativa é que cerca de 70 mil médicos se recusem a atender convênios em todo o território paulista. O presidente da entidade, Florisval Meinão, explicou que os profissionais foram orientados a suspender ou adiar consultas, exames, tratamentos e cirurgias eletivas que não prejudiquem a saúde dos pacientes. Segundo ele, o atendimento de urgências e emergências, de procedimentos complexos ou inadiáveis, como curativos pós-operatórios, serão mantidos.

"Inclusive, orientamos os médicos a irem a seus consultórios para o caso de aparecer alguma emergência, e também a fazer o atendimento de casos sem urgência, mas nos quais uma demora pode prejudicar a saúde do paciente", afirmou Meinão. Os beneficiários de planos de saúde que tiverem alguma consulta marcada são orientados a ligar para seus médicos, a fim de saber se eles aderiram à paralisação, ou se seus compromissos se enquadram nas exceções.

O movimento é em protesto à relação com as operadoras de planos de saúde. Segundo os profissionais, 34 reuniões e quase nove meses de diálogo não foram suficientes para ter atendidas suas principais reivindicações: remuneração aos médicos de R$ 80 por consulta (o preço atual vai de R$ 25 a R$ 60, segundo a APM); inclusão de cláusulas de reajustes periódicos nos contratos de prestação de serviços; e fim das pressões para reduzir exames e internações e antecipar altas.

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) afirmou que a negociação entre médicos e planos sobre os serviços a serem prestados é livre, e informou em nota que não tem como atribuição discutir a remuneração dos prestadores de serviços. "O movimento dos médicos é aceitável, desde que não prejudique o atendimento aos beneficiários dos planos de saúde", disse a entidade.