Os mandatos do governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, e de seu vice, Francisco de Assis Gonçalves, poderão ser cassados em definitivo pelos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sem direito a recurso, ainda neste segundo semestre. Eles são acusados pelo Ministério Público (MP) de compra de votos e uso da máquina estatal em favor da coligação liderada pelo PSDB ao governo local nas eleições de 2010.
O relator do processo é o ministro Arnaldo Versiani e a expectativa é que leve o caso para julgamento na primeira quinzena de setembro.
O governador e o vice são acusados pelo uso abusivo da máquina administrativa do Estado, já que os dois disputavam a reeleição. Eles foram cassados no ano passado, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas se mantiveram no cargo por força de uma liminar concedida pelo então presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski.
O MP aponta abuso de poder, enquanto o TRE ficou particularmente surpreso com os gastos de pessoal na campanha eleitoral tucana de 2010 em Roraima.
Segundo o MP, foram efetuadas despesas superiores a R$ 5 milhões, no menor colégio eleitoral do país, que tem apenas 271 mil eleitores. Foi feito um paradigma com os gastos da campanha da então candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, estimados em R$ 11 milhões.