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Ministro da Justiça vê situações de "ilegalidade espantosa" na greve da PF

Cardozo acha as manifestações "inaceitáveis" na liberdade democrática

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, endureceu o tom contra os grevistas da Polícia Federal nesta quinta-feira (16). Ele considerou que as manifestações realizadas pelo movimento são "inaceitáveis" dentro da liberdade democrática.  Os abusos foram identificados em aeroportos e estradas, onde os grevistas fazem as chamadas operações-padrão.

Entre os casos em que foi ultrapassado o limite da legalidade, o ministro citou o de um aposentado que foi a uma unidade de polícia para exercer uma função que não lhe cabe. Cardozo informou que os abusos serão analisados e que os envolvidos poderão ser punidos com medidas disciplinares e judiciais.

"De um lado, a negociação tem que existir e já está ocorrendo. O que não concordamos são os abusos, com situações de ilegalidade que se manifestam. Eu considero que há situações que se verificaram que são inaceitáveis no exercício normal do direito de reivindicação", disse Cardozo. 

Segundo o ministro, que esteve no Rio de Janeiro para o 1º Congressso Internacional do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais (CNPG), o ministério tomará as "medidas cabíveis" na medida em que ocorrem situações de ilegalidade. Para solucionar o caso, Cardozo não descartou processar os grevistas que estejam extrapolando em suas reivindicações.

"Como minsitro da Justiça tenho que garantir o direito da greve.  Por outro lado, situações ilícitas e de abuso de poder têm de ser coibidas. Para isso, teremos que tomar medidas disciplinares e, se for o caso, judiciais também", declarou o ministro. 

O membro do executivo não quis comentar episódios isoladamente, mas informou que cada caso será analisado diante da "situação que se verificar":

"A partir do momento em que você tem o exercício de competências legais para criar obstáculos à população, na medida em que pessoas que não estão na atividade comparecem para exercer atividades que não lhes cabe, isso caracteriza ilegalidade. Uma coisa é cumprir a lei, outra coisa é abusar dela com o objetivo de atingir aquilo que não é interesse público".

Em relação aos protestos realizados em aeroportos e estradas, Cardozo disse que a situação é a mesma. "Pode ser chamada de operação padrão ou o que for, mas se uso minha competência legal para atingir finalidade diversa daquela para a qual eu recebi a competência e sou remunerado para aquilo, é um abuso".(Com informações da Agência Brasil)