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UFRGS define tempo de vigência de cotas para 10 anos 

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A reunião do Conselho Universitário (Consun) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para discutir a ampliação de vagas para cotistas e o reforço nas políticas de permanência desses estudantes se estendeu além do tempo previsto e acabou interrompida por volta das 15h desta sexta. No encontro, contudo, já ficou decidido que a reserva de cotas permanece em 30%, mas com dez anos de vigência. O reitor e presidente do Conselho marcou nova sessão para o próximo dia 10 de agosto.

Na última quinta, estudantes se mobilizaram e ocuparam o prédio da reitoria da UFRGS para tentar garantir que a reunião ocorresse. Havia boatos, segundo os alunos presentes no local, de que o movimento de direita da universidade tentaria impedir que a reunião ocorresse. Sentados no saguão, em silêncio, eles acompanharam em um computador os trâmites do encontro.

O que os alunos pedem agora é a desvinculação das cotas raciais e sociais. De acordo com o estudante de Jornalismo Juliano Marchant, 22 anos, uma mediação ainda pode ser conseguida a partir da próxima reunião. "O conjunto de estudantes mobilizado entende que a UFRGS deixou de aproveitar o momento e ampliar o próprio sistema, pois as cotas estão sendo bem discutidas no País", afirmou.

Nina Becker, 23 anos, cursa o 10º semestre de Ciências Sociais e era uma das estudantes presentes na ocupação do prédio da reitoria. "Gostaríamos que a discussão fosse até o final hoje, estávamos preparados para isso", comentou. Segundo ela, os estudantes estão contentes com a decisão do Conselho de manter a política, apesar de achar que a universidade poderia ter avançado mais na reunião. "Avançar no período de tempo para avaliação é extremamente importante. O período que tínhamos de cinco anos não se demonstrou suficiente para fazermos uma avaliação mais concreta e objetiva. Dez anos para isso é bem importante", disse.

Segundo a assessoria de comunicação da UFRGS, a permanência das vagas de cotistas é um consenso geral e o que está sendo discutido é a ampliação do programa. Desde 2007, as cotas da universidade estavam fixadas em 30%, privilegiando tanto os estudantes oriundos do ensino público, quanto os negros, com vigência de cinco anos. Para manter a política da instituição, o Conselho aprovou a permanência de reserva de cotas, mudando apenas o tempo de vigência.

Inicialmente, a proposta dos professores na reunião era de manter as cotas em 30%, mas com permanência de sete anos. Já o relatório apresentado pedia que as cotas passassem para 40%, com vigência de dez anos. A terceira proposta a ser analisada era a dos estudantes, que pediam o aumento para 50% no número de cotas, com 10 anos de vigência.