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Médicos dizem que chances de cura de Roberto Jefferson são boas

Presidente do PTB pode acompanhar o julgamento do mensalão pela televisão

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Em entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira, no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, os médicos que cuidam do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, informaram que as chances de cura do câncer no pâncreas são boas. Ele foi submetido a uma cirurgia no sábado (28) para retirada de parte do estômago, parte do pâncreas, duodeno e parte do canal biliar. Além disso, os médicos retiraram os gânglios linfáticos. 

O tumor maligno tem 1,4 centímetros, mas estava localizado dentro de uma lesão benigna. Segundo os médicos, nos últimos dois anos o presidente do PTB perdeu 20 quilos. 

Jefferson será submetido a quimioterapia intravenosa durante seis meses. O remédio utilizado é menos agressivo e não produz fortes efeitos colaterais como grave redução da imunidade e perda de cabelo. Por isso, não vai precisar de cuidados extremos, de acordo com os médicos.

“Ele não vai ter nenhuma restrição, não vai precisar de nenhum tipo de isolamento. Não existe nenhum tipo de cuidado extremo diante da chamada redução da imunidade”, informou o patologista, Whilhermo Torres.

O político já está andando pelos corredores do Hospital Samaritano e se alimenta normalmente. Roberto Jefferson não está proibido de ir até Brasília, onde acontece o julgamento do mensalão pelo STF, mas a viagem não é recomendada. Ele acompanhará as sessões pela televisão. O presidente nacional do PTB foi o delator do esquema de propina e também é réu no processo.

O cirurgião José Ribamar Saboia de Azevedo foi o primeiro a informar o paciente sobre o que estava acontecendo às vésperas do julgamento. "Anteontem um telejornal fez resumo deste problema político. A família pediu que não mostrasse para ele. Mas achei que ele está tão bem. Característica do pós-operatório é que a pessoa começa a se reintegrar na sociedade. Ele ficar isolado não é bom. Autorizamos a acompanhar porque a pior estratégia é a mentira", disse o médico. "Se ele quiser ir a Brasilia na semana que vem, não está impedido. Não é aconselhável, ele vai estar enfraquecido", acrescentou.

Os médicos informaram que o tumor no pâncreas pode ter sido provocado pelo fumo e pela radioterapia a que Jefferson se submeteu em 1992, quando teve um outro tumor:

"Ele teve um tumor em 92 e foi tratado na época com radioterapia. A radioterapia compromete toda a região anterior do abdome, e potencialmente isso poderia ser uma das causas eventuais do aparecimento dessa neoplasia[proliferação celular anormal]"

Participaram da coletiva os médicos Daniel Tabak, oncologista; Wilhermos Torres, patologista; e vários cirurgiões, entre eles Alexandre Prado Rezende e José Ribamar Saboia de Azevedo.

Roberto Jefferson passou por uma cirurgia de oito horas no sábado passado(28) e a previsão é de que receba alta neste domingo. Ele é um dos 38 réus do mensalão e responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e é acusado de receber 4 milhões de reais do esquema do Propinoduto.

Apuração: Renan de Almerida