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MPF quer acabar com comando da Polícia Militar em São Paulo 

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Em audiência pública no Ministério Público Federal nesta quinta-feira sobre o número elevado de homicídios por agentes públicos, o procurador da república Matheus Baraldi Magnani afirmou que irá entrar com uma ação civil na Justiça. "É preciso pedir imediatamente a exclusão do comando da PM (Polícia Militar) no Estado de São Paulo."

A ação de Magnani é baseada após os crimes que a PM cometeu nos últimos dias. O caso do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, morto no último dia 18, é o mais recente. "É um bom momento de se convocar a Justiça Federal para participar dessa luta na defesa dos direitos humanos. Tudo nasce dentro da cultura de apologia ao excesso de violência. Isso cria assassinos que depois ficam incontroláveis."

O coordenador nacional dos Direitos Humanos, Rildo Marques de Oliveira, disse que há perseguição dentro da corporação. "Tem uma sargento da PM que corre risco de morte por não negar a fazer parte de um grupo de exertemínio em um Batalhão. Policiais civis estão sendo expulsos porque investigam esses grupos." Por fim, Oliveira também quer o fim da Polícia Militar. "O sistema da PM no Brasil é falido. Não podemos ter um sistema de polícia ao modo da Ditadura Militar."

A defensora pública Daniela Skromov de Alburquerque, também presente na mesa de discussão, criticou os modos dos policiais. "Atira-se pra ver depois quem matou. Não se preserva a cena do crime. Não se dá ao trabalho de pegar a impressão digital e avisar família."

Outro lado

Entre vaias e acusações do público presente na audiência, a grande maioria familiares de vítimas mortas por policiais, o coronel Jair Paes de Lira, ex-deputado federal, defendeu a Polícia Militar. "Qualquer ato de violência ilegal deve ser apurado e não estamos aqui para defender a violência e, sim, a apuração dos fatos. Não há porque linchar uma corporação centenária."

A audiência foi presidida pelo defensor público Carlos Weis e tinha como objetivo receber propostas de melhoria da segurança pública do Estado de São Paulo. "A Segurança Públicia está ligada ao direito de vida que, sem ele, nenhum outro direito pode ser exercido", afirmou Weis.