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Servidores de universidades prometem continuar a greve, mesmo sem docentes

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Por terem sido esquecidos pelo governo federal, que só apresentou nova proposta de reajuste salariais para os docentes, as demais categorias de servidores das Universidades federais prometem mantê-las paralisadas, mesmo que os docentes aceitem a nova proposta do governo.

Isto, pelo menos foi o que prometeu o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ(Sintufrj), na manhã desta quarta-feira (25), em ato realizado no prédio da reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ). Eles prometem que "não haverá segundo semestre para os estudantes caso a proposta do governo contemple apenas os professores".

Segundo a coordenadora do Sintufrj, Noemi Andrade, mesmo no caso dos professores aceitarem a proposta do governo, melhorada na terça-feira, existe um consenso entre os sindicatos de que se os técnicos não forem atendidos, não haverá aulas. Para ela, "falta boa vontade para se pensar em educação". Ela cita a incoerência do governo Dilma Rousseff que, no início deste mês, afirmou que educação vale mais do que PIB, para se avaliar o desenvolvimento: 

“A presidente diz que desenvolvimento se mede pela educação, no entanto destina menos 0,5% do PIB para o ensino”, critica.

Noemi informou que a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) conseguiu se reunir com o MEC, no entanto cobra audiência com o ministério do Planejamento, que ainda não os recebeu.

O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro(ADUFRJ), Mauro Iasi, informou que os sindicatos nacionais de servidores e docentes (Sinasefe e Andes) estão discutindo a nova proposta, no entanto, o entendimento inicial é de a rejeitarem.

Segundo ele, apesar de oferecer reajuste salarial, a proposta não atende a reivindicação dos professores de um melhor plano de carreira:

“Apenas melhoraram o salário, mas a longo prazo essa proposta não vai trazer benefícios. O posicionamento do Sinasefe é de seguir com as negociações”

Para Mauro, a medida aparenta ser uma proposta de emergência para acalmar os grevistas já que não leva em consideração o documento apresentado pelo MEC ao governo.

“O governo parece não entender que é uma greve por melhores condições de trabalho, por uma reestruturação da carreira. A correção dos vencimentos é fundamental, mas só isso não resolve”, explica.

Ele diz que servidores, técnicos e professores negociam pautas diferentes, no entanto concorda  que a provavelmente a greve não será interrompida se somente os docentes forem atendidos pelo governo.

“A greve é o momento. Independe de algum grupo ser atendido anteriormente. Temos uma série de demandas que continuarão a ser perseguidas e exigimos um profundo debate”, conclui.