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Após ameaça, documentos são furtados da sede do grupo Tortura Nunca Mais  

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A sede do grupo Tortura Nunca Mais, no Rio de Janeiro, foi invadida na noite de quinta-feira e foram roubados R$ 1,5 mil e documentos. A entidade, formado por ex-presos políticos que foram torturados durante a ditadura militar e por familiares dos mortos e desaparecidos, revelou também que no dia 11 de julho recebeu um telefonema anônimo com ameaças.

Nesta sexta-feira, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República divulgou nota de sobre o caso. Além de repudiar o ato, a pasta solicitou que a Polícia Federal acompanhe as investigações.

"Diante dos fatos ocorridos, consideramos inaceitável o ataque a uma entidade que realiza um trabalho fundamental na defesa dos direitos humanos", disse a ministra Maria do Rosário. "Mais grave se torna o fato diante da dedicação do grupo Tortura Nunca Mais à democracia e à recuperação histórica dos fatos ocorridos no Brasil durante a ditadura militar (1964-1985), e no combate à tortura nos dias de hoje", completou.

De acordo com o Tortura Nunca Mais, os documentos roubados são fichas de atendimento psicológico de vítimas de tortura policial e de defensores de direitos humanos. O grupo disse que arquivos da entidade também foram revirados e que o computador estava ligado.

Fundada em 1985, atualmente a entidade trabalha pela efetivação da Comissão Nacional da Verdade, pela abertura dos arquivos da ditadura militar e pelo cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos no Caso Araguaia, que condenou o Brasil a investigar, processar e, se for o caso, punir os crimes cometidos por militares nesse período.