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No Senado, Demóstenes volta a alegar inocência e critica edição de gravações

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O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), investigado na CPI do Cachoeira e no Conselho de Ética do Senado – onde pode perder seu mandato -, voltou a afirmar inocência nas acusações de envolvimento em negócios ilícitos com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Reafirmou, no entanto, que era amigo do bicheiro.

“Fui apenas amigo de Cachoeira. Nunca tive negócios com ele. Repito, agora, e rebato os pontos da Comissão de Ética: não, não tenho nem sociedade, nem nada a ver com os delitos investigados nas operações Vegas e Monte Carlo”, alegou Demóstenes. “Não coloquei meu mandato a serviço de Cachoeira. Não percebi, nem recebi vantagem indevida, nem algo em troca de minhas ações no Senado. Nunca procurei senadores para a legalização de jogos. Não tive servidores fantasmas”.

Em discurso, Demóstenes criticou duramente a atuação da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos nas operações Vegas e Monte Carlo, denunciando que os telefonemas interceptados foram editados de modo a incriminá-lo. Ainda revelou que, desde 2008, quatro delegados federais e dez agentes da PF "estão no meu encalço". Ele destacou que das 250 mil horas de gravações, tudo o que conseguiram contra sua conduta foram “frases soltas”.

“O que pressiona contra mim é o teor das gravações, a maioria desconhecida até dos advogados". Explicou que seus advogados recorrem à justiça "contra três providências tomadas pela PF e pelo MPF: a edição, a montagem e a interpretação dos diálogos”, disse. “Suplico pela perícia [independente, dos áudios da PF] para compreender, contextualizar e transcrever corretamente os diálogos destacados. Já temos exemplos de edição, com intenção de realizar acusações”.

Ele também apontou que a imprensa o “acusou, julgou e sentenciou” como culpado. Para Demóstenes, houve vazamento intencional dos “mínimos detalhes” dos inquéritos da Polícia Federal aos meios de comunicação, e que o fato deveria ser investigado.