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Greve afeta 75 postos diplomáticos do Brasil no exterior  

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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) admitiu, nesta terça-feira (19), que um grupo de diplomatas, oficiais e assistentes de chancelaria cruzaram os braços desde a última segunda-feira (18). Os grevistas decidiram manter a paralisação pelo menos até o dia 28 de junho, quando está agendada uma reunião entre os dirigentes do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) e da Associação dos Funcionários Servidores Locais do Ministério das Relações Exteriores no Mundo (Aflex) com o secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público (SRT) do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. 

De acordo com o MRE, a situação está sendo acompanhada de perto, mas a pasta não tem competência para negociar questões trabalhistas com seus servidores. O Ministério ainda afirmou que as entidades assumiram o compromisso de garantir a realização das atividades da Conferência Rio+20 e o atendimento essencial para cidadãos brasileiros no exterior. O Sinditamaraty afirma que 75 postos (embaixadas, consulados e outras representações) no exterior aderiram total ou parcialmente à mobilização. 

Ainda não há uma projeção oficial de quantos servidores aderiram ao movimento. A Aflex estima a paralisação de dois terços do Serviço Exterior Brasileiro.Ao todo, o Brasil tem 759 diplomatas atuando em território nacional e outros 816 no exterior. Já os demais cargos totalizam 996 funcionários em solo brasileiro e 1053 em outros países. 

Segundo a associação, representações brasileiras em grandes centros mundiais, como Berlim, Bruxelas, Londres, Madri, Moscou, Nova York, Paris, Roma, Singapura e Tóquio, não estão funcionando.

Nesta quarta-feira (20) haverá paralisação dos chamados Servidores Locais, isto é, aqueles que não fazem parte da carreira diplomática e são contratados nos respectivos países onde prestam serviço.

Para Ivana Vilela Lima, que integra o grupo de comunicação do Sinditamaraty, a adesão foi menor entre os diplomatas, por conta das possíveis represálias que eles poderiam sofrer no futuro: 

"O percentual de adesão dos assistentes e oficiais de chancelaria é bem grande, segundo os informes que o sindicato recebeu até o momento. Entre os diplomatas é bem menor, porque muitos deles sentem-se constrangidos e temem pelo futuro de suas carreiras, que depende de avaliações dos superiores, de Brasília", explica. 

Os servidores do MRE irão realizar assembleias diárias para discutir os rumos do movimento. Os grevistas reivindicam equiparação salarial com carreiras correlatas. Eles pedem também a incorporação de diversos benefícios ao salário.