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Ayres Britto reafirma que não existe crise institucional por causa do Mensalão 

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O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Britto, reafirmou, nesta quarta-feira, que o episódio em torno do julgamento do Mensalão do PT e da CPI do Cachoeira, que envolveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de um lado, e o ministro Gilmar Mendes, do outro, não criou,”de jeito nenhum”, uma crise institucional.

“O Judiciário está imune a esses dissensos. Tenho dito reiteradamente que nós somos experimentados em enfrentamento de situações de toda ordem. Nós não perdemos o foco de que é nosso dever julgar todo e qualquer processo - inclusive esse chamado de mensalão - com objetividade, imparcialidade, serenidade, enfim atentos às provas dos autos”- acrescentou, ao responder a perguntas de repórteres, antes da sessão plenária do STF.

Mas o presidente do STF acha que a ação penal do Mensalão do PT deve ser julgada o mais breve possível, com a definição de uma data, a fim de que “a formatação do julgamento se faça de uma vez por todas e, naturalmente, adaptado às possibilidades do próprio relator do ponto de vista físico do ministro Joaquim Barbosa (relator)”.

No entanto, Ayres Britto voltou a esclarecer que a data só será fixada depois que o ministro-revisor do processo, Ricardo Lewandowski, considerar encerrado a sua missão regimental.

Sobre o seu encontro com a presidente Dilma Rousseff, na tarde de terça-feira, no Palácio do Planalto, ele voltou a dizer que ocorreu “nos termos em que a presidente explicou”, ou seja, “conversamos sobre assuntos variados da administração pública, que diz respeito aos dois poderes, mas focadamente discutimos a Rio +20”. Britto informou que foi convidado pela presidente da República para integrar a delegação brasileira, e que o Conselho Nacional de Justiça terá um estande no Centro de Convenções do Rio de Janeiro. 

 Visita

Ayres Britto, visitou o seu colega Gilmar Mendes, na noite desta terça-feira, como “amigo”, mas explicou que não se tratou de um ato formal de “solidariedade” ou de “recriminação” com relação às críticas feitas por Mendes ao ex-presidente Lula.

Britto tomou a iniciativa de “trocar umas ideias” com Mendes, depois de ter participado de uma solenidade na seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. “O ministro Gilmar não me pediu nada, e ninguém propôs nenhum ato de solidariedade, até por que não há gravidade para isso” — disse o ministro, ao ser abordado por repórteres, no intervalo da sessão plenária desta quarta-feira do STF.