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Monte Carlo: Cachoeira usava a internet para expandir esquema para o exterior

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Documentos da Operação Monte Carlo, divulgados na íntegra na madrugada desta segunda-feira pelo Jornal do Brasil e pelo site Lei dos Homens, apontam que o esquema de explorações de jogo de azar chefiado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, usou a internet para expandir suas atividades ilegais para fora do país.

Escutas realizadas pela Polícia Federal em junho do ano passado mostram que a organização criminosa pagou R$ 1 milhão pelos direitos do domínio bingoseguro.com. A despesa foi dividida entre dez pessoas - que pagaram R$ 100 mil cada - e arcaram com os custos de manutenção, estimados em R$ 70 mil reais. 

No trecho transcrito abaixo, Carlinhos Cachoeira diz a Lenine Araújo de Souza, apontado como o segundo homem na hierarquia da organização criminosa, que assim que arrecadar a quantia a enviará para que ele a gerencie. 

Carlinhos: ah ta. Deixa eu te falar. É... eu to chamando um povo aqui a entrar, (initeligível) se facilita a colocar aqui na rua, nos jogos né? É...chamei o Juninho, chamei o Marcos e o coisa, tudo com 10% aí referente a UM PAU, viu eu vou mandar o dinheiro todo pra você aí, você gerência isso tudo pra nós tá. Um milhão (ininteligível) e setenta por mês, ok?

Lenine: (ininteligível) 10% pra cada um...ok.

A página - que não está mais no ar - se descrevia como "fácil, segura e 100% legalizada". De acordo com outros sites que incentivam a prática de bingo online, além de diversas modalidades de aposta, os usuários tinham à sua disposição salas de bate-papo para que pudessem interagir, tal qual em uma rede social. Eram pagos prêmios aos que preenchessem toda a cartela e aos que completassem linhas horizontais, verticais ou diagonais.